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segunda-feira, fevereiro 08, 2010

O HAITI DA ÁFRICA
Assim como o país do Caribe, a Somália vê tragédia humanitária se agravar. Guera civil piora, ONU suspende entrega de comida e milhares fogem
Janeiro não foi um mês trágico somente para o Haiti, país do Caribe atingido por forte terremoto no dia 12. Do outro lado do Atântico, na África, outra nação pobre também se afundou em uma crise humanitária grave. A situação é crítica na Somália, com recente piora nos conflitos em áreas civis, cancelamento de programas de distribuição de alimentos e aumento no número de pessoas que fogem para sobreviver.
Segundo funcionários de organizações internacionais, trata-se da pior crise humanitária em mais de uma década. “Quando você pensa que a situação não pode piorar, que é o fundo do poço e não tem mais como piorar, piora”, resume a porta-voz do Alto Comissariado das Nações Unidas para Refugiados (ACNUR) na Somália, Roberta Russo. Por telefone de Nairóbi, capital do Quênia, país vizinho à Somália, ela relatou que nas últimas semanas diversos funcionários de organizações internacionais tiveram que interromper programas de ajuda para fugir. “A situação é muito difícil. A estabilidade relativa que havia no ano passado acabou de vez. Está acontecendo uma catástrofe e pouca gente no mundo dá atenção ou importância”, completa ela.
Da população local, milhares buscam ajuda nos acampamentos para refugiados do ACNUR em países vizinhos. Famílias fogem como podem, até mesmo em carroças puxadas por burros magros. A miséria é constante.
Além de conflitos armados, a fome também provoca deslocamentos sistemáticos e mais de um milhão de pessoas correm o risco de morrer por inanição devido ao cancelamento da distribuição de comida por parte do Programa Mundial de Alimentação das Nações Unidas. Em 5 de janeiro, os responsáveis alegaram ser impossível manter o programa no sul do país, região controlada pelo grupo rebelde

A Somália está em guerra civil desde 1991 e o governo atual é tão frágil que tem dificuldades de manter o controle até da capital, Mogadíscio. Atualmente, o poder é dividido entre diversos grupos armados rivais. O conflito se agravou nas últimas semanas na região central e na capital. Há grupos radicais formados por mulçumanos extremistas contra e a favor do governo. Entre os rebeldes estão o Al Shabaab, que domina o sul do país, e o Hizbul Islam. Aliados às tropas oficiais estão os membros do Ahlu-Sunna Wal-Jama.
Desde dezembro de 2008 não aconteciam batalhas nas cidades da região central. Nas últimas semanas, o Al Shabaab avançou sobre diversos municípios e a estimativa é de que 150 pessoas morreram e 80 ficaram feridas em áreas repletas de civis. A gravidade do conflito aumenta na mesma proporção que o calibre das armas fornecidas por países ricos. Em relatório divulgado em 20 de janeiro, a Anistia Internacional pediu que os Estados Unidos parassem de distribuir armas de alto poder de destruição no país, devido ao risco de acontecerem “massacres, crimes de guerra e violações de direitos humanos”.
Desde 1992 há um embargo internacional na venda de armas para a Somália devido à instabilidade política, mas os países ricos apelam para exceções para conseguir transferir armas e munições. Em setembro, a secretária de Estado norte-americana Hillary Clinton afirmou que a intenção dos EUA era exportar 80 toneladas de armas para o país.

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