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sexta-feira, dezembro 24, 2010

ESPECIAL DE FIM DE ANO

BELÉM 2010 d.CA aldeia onde Jesus nasceu é hoje um dos lugares mais disputados da Terra.
Não foi assim que Maria e José entraram Belém, mas, hoje, não há outro jeito. É preciso esperar diante do muro (à esq. na foto), uma intimidante barricada de concreto da altura de três andares guarnecida de arame farpado. Soldados armados com fuzis, examinam os papéis. Revistam o veículo. Por ordem militar, nenhum civil israelense pode entrar. E poucos residentes em Belém têm permissão para sair - a razão de ser do muro, segundo Israel, é manter os terroristas fora de Jerusalém.Apenas 9,5 quilômetros separam Belém de Jerusalém, mas, na geografia condensada e intratável da região, é como se estivessem em reinos diferentes. Pode demorar um mês para um cartão-postal ir de uma cidade a outra. Belém fica na Cisjordânia, em terras que Israel tomou em 1967, na Guerra dos Seis Anos. É uma cidade palestina: a maioria de seus 35 mil habitantes é muçulmana. Em 1900, mais de 90% eram cristãos. Hoje, essa parcela caiu para cerca de um terço, e vem minguando à medida que os cristãos partem para a Europa ou para as Américas. No mínimo 12 homens-bomba vieram da cidade e do distrito circundante. Belém, a "aldeia" venerada do Natal, é um dos lugares mais disputados do planeta. Dada a autorização para entrar, uma porta de aço deslizante, parecida com as de um trem de carga, abre-se com rangido. Os soldados dão passagem, e o motorista atravessa a brecha temporária no muro. E então, rilhando nos trilhos, a porta se fecha com estrondo. Eis Belém. A cidade fica na escabrosa orla do deserto da Judéia. A vegetação é esparsa, e as casas mais antigas, feitas de pedras de um amarelo desmaiado, ladeiam espremidas as vielas íngremes. Paira um cheiro de lixo não coletado. Subindo o morro, pode-se ver a extensão do muro e avaliar sua contínua expansão: uma serpente verde, segmentada de guaritas cilíndricas, cingindo metodicamente Belém.
Muros adentro, há três campos de refugiados palestinos: blocos de apartamentos exíguos e amontoados a esmo. As ruelas do acampamento são decoradas com centenas de cartazes de mártires - moços de olhar fixo e impassível, alguns empunhando fuzis. Muitos são vítimas das Forças de Defesa de Israel. Outros explodiram a si mesmos em algum shopping, restaurante ou ônibus israelense. O texto em árabe nos cartazes louva a grandiosidade desses atos.
Do outro lado do muro, dominando a crista de morros ao redor, esparramam-se assentamentos judaicos, espetados por guindastes de construção, em férvido crescimento. No fim de tarde, o Sol fulgura nas paredes das casas dessas povoações, e Belém parece cercada de brasas.
No topo da colina central de Belém está a praça da Manjedoura, calçada de paralelepípedos, defronte à igreja da Natividade, fica quase escondida. Parece uma uma fortaleza de pedra. Com paredes grossas, impenetráveis e fachada austera. Ali a estrutura mais alta e destacada é uma mesquita. Muitas das lojas de suvenir estão de portas e janelas fechadas. São relíquias de tempos mais pacíficos. O turismo é reduzido. Os peregrinos religiosos entram e saem levados por guias - uma rápida parada na praça e uma partida apressada morro abaixo para atravessar o muro e voltar a Jerusalém. Os hotéis vivem às moscas. Poucos visitantes pernoitam. O desemprego em Belém, pela estimativa do prefeito, anda em 50%, e muitas famílias não sabem se irão comer no dia seguinte. A missa da véspera de Natal em Belém, transmitida mundialmente em 24 de dezembro, na verdade é celebrada em uma igreja bem mais nova ao lado da Natividade: a igreja de Santa Catarina, que é dos católicos romanos. E, para complicar ainda mais, os armênios celebram o Natal em sua ala da igreja em 18 de janeiro. Em Belém, o Natal acontece três vezes por ano.
Não importa a versão do cristianismo que se siga - ou mesmo que não se siga religião nenhuma-,
parece haver algo significativo na gruta no subsolo da igreja, com seu cheiro de incenso e vela, iluminada por uma fieira de lâmpadas nuas. Visitantes do mundo todo descem os 14 degraus terra adentro. Muitos, involuntariamente, caem de joelhos após a chegada. Oram, cantam, choram e desmaiam no local da natividade. Isso acontece todos os dias.
Algumas pessoas que encontramos em Belém citam a Bíblia, outras recitam o Corão, outras ainda entoam a Torá. Alguns oram ajoelhados, outros com a testa no chão. Há os que atiram pedras, os que dirigem tanques e os que se embrulham em explosivos. Mas em essência, descartando todo o ódio, a política e as guerras que abalaram o planeta, a coisa de que mais se fala, em se tratando de Belém, é terra. Um fiapo de terra. Um pedacinho de chão varrido pelo vento, sedento de água, juncado de rochas.
Mil anos antes do nascimento de Cristo, Belém era conhecida como a cidade de Davi. Ali nascera o rei Davi, líder judeu que ganhou respeito graças a uma célebre luta: derrotou Golias, matando-o com uma pedrada de estilingue. O gigante, segundo o Antigo Testamento, tinha "seis côvados e um palmo" de altura, cerca de 3 metros. Golias era filisteu, e seu povo era inimigo dos judeus. Da palavra filisteu (ou seu sinônimo, filistino) derivou o atual "palestino", embora a ligação seja apenas etimológica, e não genética.
FELIZ NATAL, PRÓSPERO ANO NOVO

Um comentário:

  1. Oie Sr. Roberto !!!
    Quero deixar uma linda mensagem que o nosso amigo Marcelo Henrique,me enviou !!
    "Que neste Natal que se aproxima, saibamos ser a humana manjedoura em que o Divino Ser renasce e habita, escoimando-nos do labirinto das ilusões e das glórias fátuas. Afinal, Natal não é consumismo, mas, sim, a celebração do nascimento do Mestre Jesus.
    Que 2011 nos encontre mais amadurecidos e fortalecidos na Fé; que estejamos estribados em um dos muitos caminhos que levam ao mesmo Pai; que nos sintamos mais leves, espiritualizados e voltados para a prática do bem e capacitados a disseminar o amor ao próximo, no exercício impessoal da Caridade.
    Que saibamos haurir as lições emanadas do Plano Espiritual, pondo-as em prática aqui na Terra, nesta existência, aperfeiçoando-nos no labor diário que nos consome, positivamente, a energia do corpo físico, na faina que nos testa os humores e nos ensina a sermos humildes e gratos ao Criador de todas as coisas, no trabalho que desenvolve e harmoniza corpo, mente e espírito.
    Que, enfim, a Luz do Amor de Deus seja o Norte e o fanal de nossa vida.

    Votos de um Santo Natal e um Feliz 2011!"

    Sao meus votos tambem ao Sr que tanto admiro e todos:Maria Alice, Lincon e Robertinho!!!
    Abracos de seu sempre admirador :

    Luis Venturini

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