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segunda-feira, agosto 05, 2013

PELOS CAMINHOS DA AVENTURA (Fam.Hurley)//

HERANÇA DA IDADE HERÓICAA bisneta de Frank Hurley, o fotógrafo da expedição de Shackleton, tentará completar a travessia transantártica em 2008.À noite tirei uma fotografia do barco atacado pela pressão do gelo. Precisei de uns 20 focos." Assim refletiu o fotógrafo australiano Frank Hurley em seu diário na noite de 27 de agosto de 1915, quando o Endurance, escorado no mar gelado de Weddell havia meses, dava seus últimos estertores antes de se despedaçar e acabar com os sonhos de Ernest Shackleton de realizar a travessia transantártica. Hurley imortalizou o momento sem saber que essa fotografia seria a chave para que sua bisneta, Felicity Hurley Byrnes, se propusesse - 92 anos depois - a mesma empreitada perigosa que ele não conseguiu concluir. Uma nova expedição pretende enfrentá-la em novembro de 2008 com trenós, evocando as façanhas dos exploradores da chamada época heróica da conquista do pólo sul.
(Há 92 anos, o Endurance encalhou na Antártica, frustrando a expedição de Shackleton) A cena chocante e inesquecível do "Endurance" abraçado para sempre pelos gelos do sul foi uma constante na infância e adolescência de Felicity Hurley."Tínhamos uma reprodução pendurada na porta do banheiro da minha casa, mas só depois de muitos anos, eu vim saber que era de meu bisavô nem o que representava", explica. Nem mesmo quando, aos 18 anos, comentou para sua avó (filha de Hurley) que entraria na universidade para estudar jornalismo, soube sobre o seu singular antepassado. "Felicity Hurley tem hoje 32 anos e é plenamente consciente de onde vem sua afeição pelo esqui e a paixão pelo frio e a neve que a faz viver trocando os invernos de Sydney (Austrália) pelos de Châtel, uma aldeia francesa situada a 1.200 metros de altitude. "Um dia tive a oportunidade de conhecer Edmund Hillary [o famoso alpinista neozelandês conhecido por ter sido o primeiro a completar com êxito uma subida ao Everest em 1953]. Ele veio dar uma conferência em minha faculdade e eu não quis perdê-la. Era meu herói, e eu lhe disse isso." E a jovem estudante de jornalismo abriu os olhos para seu passado quando soube que seu bisavô era para Hillary um ídolo, como este para ela. Sua conquista particular do pólo sul - que deverá enfrentar sem o apoio de cães, já que é totalmente proibido seu desembarque segundo o protocolo de proteção ambiental vigente no continente branco - está repleta de romantismo. Mas seu primeiro contato com a Antártida ocorreu há apenas algumas semanas, quando o Nornodge, um navio de cruzeiro turístico-ecológico dos cerca de 50 que percorrem parte do continente branco, fez sua última viagem da temporada. O objetivo de Felicity era ver a ilha Elefante, onde ancoraram e permaneceram durante semanas os homens que haviam participado da expedição de Shackleton, depois de conseguir abandonar o gelado mar de Weddell. Entre eles Frank Hurley. "Quando soube quem era meu bisavô, comecei pouco a pouco a conhecer sua história. Não foi algo imediato, foi progressivo. Mas dessa expedição sempre me ficou a curiosidade de saber como seria a ilha Elefante. Passei dez anos pensando nesse lugar. Minha imagem da expedição do Endurance é essa ilha", comenta, emocionada. "Agora já posso pensar em outra coisa. "Na ilha não ficou nada do acampamento feito por aqueles 22 homens enquanto esperavam que Shackleton, numa pequena embarcação e acompanhado de cinco homens, encontrasse ajuda nas ilhas Geórgia do Sul. De fato, havia pouco que pudesse resistir à passagem do tempo daqueles botes que, emborcados, serviram de refúgios improvisados em uma terra inóspita, cheia de geleiras, penhascos de gelo e rocha, habitadas só por focas e pingüins. Sua carne e gordura os ajudou a alimentar-se e a ter luz até que foram resgatados por Shackleton em 30 de agosto de 1916, quase um ano depois da mítica fotografia em que Hurley retratou o desespero do momento. "Que bom seria ter um amigo ou companheiro como o que meu bisavô encontrou em Shackleton", comenta Felicity, referindo-se a sua futura excursão pela calota polar antártica. "Porque aconteça o que acontecer durante os dias de minha expedição, ele sempre voltaria para me buscar."

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