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sexta-feira, junho 02, 2017

AR-DIÁRIO: "A morte salgada"

 MORTE NO MAR 

"Ano após ano, dezenas de milhares de somali anos e etíopes desesperados arriscam a vida cruzando o golfo de Adem em busca de segurança e uma vida melhor. Muitos morrem de maneira atroz, apunhalados, surrados, jogados ao mar, comidos por tubarões, afogados ou asfixiados (...) na perigosa rota entre Puntland, na Somália, e praias do Iêmen. Mas os números continuam subindo"

Dispara o número de somalianos e etíopes que perdem a vida (nesta região, cercada em vermelho conhecida como "Chifre da África"), que fazem a travessia do Mar Vermelho, à procura de recursos pela sobrevivência.
A morte é rotina no Golfo de Adem, porta de entrada do Mar Vermelho e principal rota de fuga para os africanos que tentam escapar da miséria e da fome em uma região destruída por guerras civis, rumo ao Oriente Médio. Contrabandistas realizam a travessia de maneira arriscada e precária. O mar é agitado. Os barquinhos, superlotados, enfrentam as ondas altas com dificuldade; os acidentes são comuns. De acordo com a Organização das Nações Unidas (ONU), o número de mortes não para de subir. Na última viagem noticiada, no final de setembro, mais de 50 ficaram no mar. Não fosse o esforço dos dois que chegaram à praia nadando, a tragédia poderia ser ainda pior. O grupo embarcou em Marera, na Somália (África). No meio do caminho, o motor do barco quebrou. Os contrabandistas que cobraram valores equivalentes entre R$ 133 e R$ 190 pela viagem fugiram com a desculpa de buscar baterias novas. Não voltaram. Ao todo, 124 pessoas, incluindo crianças de 2 anos, ficaram à deriva, 18 dias sem água e sem comida. Os que morreram durante o percurso, foram jogados no mar. Dos 71 resgatados, dez tiveram que ser internados. Destes, quatro não resistiram. As vítimas entraram na sombria estatística oficial da ONU, que indica que, em 2016, mais de 500 pessoas morreram ou desapareceram tentando fugir pelo mar. Trata-se de uma estimativa. Em meio a rotas arriscadas dos contrabandistas, é impossível precisar o tamanho do desastre. As vítimas deste verdadeiro genocídio são somalianos e etíopes pobres e desesperados com a falta de perspectiva na área conhecida como Chifre da África. Cruzar o Golfo de Adem é a primeira etapa de uma jornada rumo a países mais ricos no Oriente Médio.
Ainda de acordo com a ONU, até setembro último, 31.192 fugiram para o Iêmen, sendo 21.201 somalianos e 9.854 etíopes. A região do Golfo de Adem tem sido apontada por associações navais como uma das mais perigosas do planeta devido à presença de piratas modernos. Sequestros e roubos são frequentes.. Recentemente, bandidos capturaram um navio ucraniano carregado com 33 tanques russos que seguia para o Quênia. O contexto político torna a situação ainda mais crítica. A Somália vive instabilidade extrema. É um país desgovernado e dividido, com intervenções constantes e desastradas de outros países. De acordo com relatório de 2007 da Anistia Internacional, as incursões militares dos Estados Unidos na região “sofreram falta de coordenação e coerência e falharam na proteção de vida de civis”.
DRAMA JÁ DURA DÉCADASO drama de somalianos tentando atravessar o Golfo de Adem para sobreviver não e novo. Há décadas, as mortes no mar são uma constante na região. Em 1992, a chegada de um barco com 3 mil somalianos famintos no Iêmen causou comoção mundial. Os viajantes fugiram do aumento da violência provocado pela guerra civil. Desde 1978, diferentes grupos brigam pelo poder em violentos combates. Os refugiados viajaram sem água, comida ou condições e passaram dias no mar até serem atendidos. A ONU coordena os campos de refugiados no Iêmen e ajuda a minimizar a tragédia. Este ano, 31 mil pessoas fugiram do Chifre da África em busca de abrigo no país vizinho

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