MERCÚRIO REVISITADO
Matéria enviada pelo nosso colaborador Bruno Kirsten, de Houston (TX)
A análise das imagens obtidas pela Messenger acaba de vir a público, em um pacote de 11 artigos publicados na Revista Science. Os estudos foram realizados por uma equipe da Nasa e de diversas entidades norte-americanas, liderada por Sean Solomon, da Instituição Carnegie de Washigton (EUA). Os primeiros resultados permitiram traçar um panorama mais preciso da dinâmica do interior da superfície, da atmosfera e do campo magnético do planeta, um dos menores do sistema solar, com apenas 4,8 mil km de diâmetro. Esta é a segunda vez que a Nasa envia uma sonda para explorar Mercúrio – a primeira foi em 1975, quando a Mariner 10 visitou o planeta. A missão Messenger (sigla em inglês para Superfície, ambiente espacial, geoquímica e órbita de Mercúrio) sobrevoou e produziu imagens dos 45% da superfície do planeta visitados anteriormente pela Mariner 10 e de uma área suplementar de mais 21%. As novas imagens foram produzidas em melhor resolução e em diferentes condições de luz em relação às da década de 1970.
Origem da variedade topográfica Entre as revelações mais importantes da análise das imagens, está uma provável explicação para a origem da variedade topográfica de Mercúrio, que causou grande controvérsia entre os especialistas depois da missão da Mariner 10. Os dados colhidos pela Messenger indicam que falhas, nas crateras e outras formações geológicas identificadas na superfície do planeta teriam sido originadas principalmente pela atividade vulcânica, e não tanto por causa de impactos, como se especulava.