Líder de controladores nega sabotagens e fala em risco de tragédiaFalando por meio de um vídeo para uma platéia de mais de cem pessoas, a grande maioria de sargentos da Aeronáutica, o presidente da Associação Brasileira dos Controladores do Tráfego Aéreo (ABCTA), Welington Rodrigues, um dos 14 afastados do monitoramento de aviões civis por liderar o movimento do dia 30 de março, rechaçou (ontem) acusações que a categoria é formada por "sabotadores" ou "maçãs podres". Welington afirmou, ainda, que o clima de trabalho no Cindacta 1 "é doentio" e que o governo "está jogando fora todos procedimentos de segurança", advertindo que isso poderá ter como conseqüência um grave acidente, a exemplo do que houve na França, em 1973, exatamente quando os controladores da defesa aérea assumiram o tráfego aéreo comercial.
Acidente envolveu controladores militares e matou 68 na FrançaO acidente a que o controlador Welington Rodrigues referiu-se durante conferência nesta terça-feira (26), na qual alertou para os riscos da atual crise aérea, ocorreu na região de Nantes, na França, em 5 de março de 1973. Chocaram-se em pleno ar, a 9.000 metros de altitude, um avião Coronado, da Spantax, companhia espanhola, e um DC-9 da Ibéria, também da Espanha. Morreram 68 pessoas.DOIS DESASTRES EM 1973Jornal francês (foto) fala da tragédia em Nantes: "Colisão em pleno céu", diz a manchete; poucas semanas depois, comissão viu culpa dos controladores militares substitutos
Naquela ocasião, segundo relatos da imprensa local, os controladores de vôo civis franceses estavam em greve. Poucos dias antes do acidente, um plano emergencial do governo, denominado "plan Clément Marot", foi colocado em execução. Ele consistia em substituir os grevistas por controladores militares.Uma comissão oficial que investigou as causas do acidente apontou, entre outras, os atrasos de comunicação entre as aeronaves e os controladores e, também, "uma dificuldade de comunicação por rádio ar-solo que se deveu a uma incompreensão total da aeronave e do controle".Segundo o relatório da comissão, os dois aviões tinham planos de vôo que sobrepunham-se quanto ao nível de vôo e ao destino (ambos iam para Nantes). A solução seria espaçar os vôos, mas as dificuldades de entendimento entre as tripulações e o controle, somadas a uma manobra feita "no escuro" pelo piloto da Spantax (cujo avião não havia sido identificado pelos controladores no radar), resultaram na colisão no ar.Todos os 68 mortos estavam a bordo do Coronado, que ficou completamente destruído. O DC-9 da Ibéria, de maior porte, pousou com todas as 107 pessoas (99 passageiros e oito tripulantes) em segurança. Em 1973 houve uma outra grande tragédia aérea na França.
Naquela ocasião, segundo relatos da imprensa local, os controladores de vôo civis franceses estavam em greve. Poucos dias antes do acidente, um plano emergencial do governo, denominado "plan Clément Marot", foi colocado em execução. Ele consistia em substituir os grevistas por controladores militares.Uma comissão oficial que investigou as causas do acidente apontou, entre outras, os atrasos de comunicação entre as aeronaves e os controladores e, também, "uma dificuldade de comunicação por rádio ar-solo que se deveu a uma incompreensão total da aeronave e do controle".Segundo o relatório da comissão, os dois aviões tinham planos de vôo que sobrepunham-se quanto ao nível de vôo e ao destino (ambos iam para Nantes). A solução seria espaçar os vôos, mas as dificuldades de entendimento entre as tripulações e o controle, somadas a uma manobra feita "no escuro" pelo piloto da Spantax (cujo avião não havia sido identificado pelos controladores no radar), resultaram na colisão no ar.Todos os 68 mortos estavam a bordo do Coronado, que ficou completamente destruído. O DC-9 da Ibéria, de maior porte, pousou com todas as 107 pessoas (99 passageiros e oito tripulantes) em segurança. Em 1973 houve uma outra grande tragédia aérea na França.
O acidente envolveu uma aeronave brasielira da Varig. No dia 11 de julho, um incêndio no toalete de um Boeing 707 que voava do Rio de Janeiro a Paris encheu a cabine de fumaça e provocou o pouso de emergência, o qual terminou em incêndio. Morreram 123 pessoas das 134 que estavam a bordo -- muitas delas pela inalação de fumaça. A causa do fogo a bordo não foi determinada.
Os destroços do avião da Varig, (foto) perto do aeroporto de Paris: 123 mortos mas sem culpa dos controladores de vôo.
Os destroços do avião da Varig, (foto) perto do aeroporto de Paris: 123 mortos mas sem culpa dos controladores de vôo.