O acelerado e maciço derretimento de gelo no Ártico e na Groenlândia pode tornar o aquecimento global um fenômeno irreversível, alertaram pesquisadores britânicos em reportagem do “The Independent”, de LondresO gelo, segundo eles, derrete no verão e se solidifica no inverno. Nos últimos anos, no entanto, a recuperação do gelo tem sido muito menor do que a quantidade derretida. Com o derretimento em maior escala, o nível do mar sobe em todo o planeta e aumenta a temperatura dos oceanos, elevando ainda mais a temperatura global.Trata-se de um ciclo que os cientistas temem tomar proporções e rapidez antes jamais imaginadas. ”Estamos cada vez mais próximos de um ponto irreversível. O derretimento provocado pelo aquecimento se torna a causa de mais aquecimento. As conseqüências disso podem ser desastrosas”, afirmou o pesquisador Mark Serreze, coordenador de um estudo que envolve diversas instituições britânicas. Nível do gelo é 18,2% menor do que o normal no ÁrticoDe acordo com Serreze, imagens feitas por satélite mostram que o nível de gelo no Ártico e na Groenlândia é 18,2% menor do que a média para esta época do ano, o menor índice já registrado. “O baixo nível de gelo registrado em 2002 não foi recuperado nos invernos de 2003 e 2004 e isso deve servir de alerta”, explicou. O efeito imediato do aumento do nível dos oceanos provocado pelo derretimento, segundo Serreze, é o alagamento de regiões costeiras e até mesmo o desaparecimento de pequenas ilhas e áreas mais baixas que o nível do mar.Mas outros fenômenos, como furacões e tempestades mais intensos, também estão na lista de prováveis mudanças: “Estamos falando de um cenário catastrófico, com bruscas alterações de temperatura, tempestades, alagamentos e o pior é que estamos bem perto de não conseguirmos reverter esse quadro. Camada de ozônio também se deteriora rápido Normalmente, a camada de gelo que cobre o Ártico e a Groenlândia tem sete milhões de quilômetros quadrados de extensão, o equivalente ao território da Austrália. Em 2002, a superfície congelada já era de apenas 5,2 milhões de quilômetros. O derretimento do gelo ártico não é, no entanto, o único problema ambiental referente ao aquecimento global que se acentuou este ano.Dados da Organização Meteorológica Mundial (OMM) mostram que o buraco na camada de ozônio no outro pólo, a Antártica, está próximo de atingir o tamanho de 2002: 28 milhões de km², o máximo já registrado pelos pesquisadores. Segundo o pesquisador Geir Braathen, do Departamento de Investigação Atmosférica da OMM, o dado mostra que as políticas de diminuição de gases atmosféricos estão se mostrando ineficientes. ”O Protocolo de Montreal, ratificado em 1987, previa que a diminuição da emissão de gases responsáveis pela destruição da camada de ozônio fizesse com que em 2050 a proteção estivesse totalmente recuperada. O que vemos agora é um perigoso retrocesso, que pode ter graves conseqüências”, alertou.
Aquecimento global já afeta até o espaçoEmissões de gás carbônico reduzem a densidade da termosfera, camada mais externa da atmosfera, onde orbitam satélites. Fenômeno confirmado por americanos já havia sido previsto; redução é de 1,7% por década desde 1970 e beneficia indústria espacial.
Nenhum comentário:
Postar um comentário