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quarta-feira, novembro 19, 2008

Lista coloca terras destinadas à reforma agrária entre as que mais agridem a natureza
AMAZÔNIA: ASSENTAMENTO OU DESMATAMENTO ?

As seis propriedades mais devastadas na região amazônica (nas fotos), são do Instituto Nacional de Reforma Agrária (Incra) no Mato Grosso, apontou a “Lista dos 100 maiores desmatadores de floresta do País”, divulgada pelo ministro do Meio Ambiente, Carlos Minc, no último dia 29. O Instituto ainda aparece nas 39° e 43° posições. No total, os assentamentos do Incra teriam desmatado cerca de 229 mil hectares da Amazônia Legal – área que engloba nove estados entre as Regiões Norte, Nordeste e Centro-Oeste –, o que acarreta uma multa de cerca de R$ 260 milhões. Segundo Guilherme Cassel, ministro do Desenvolvimento Agrário, no relatório há erros como coordenadas que apontam para uma área que não corresponde a um assentamento. Ele também pontua que em outras duas áreas as imagens que serviram de base para a denúncia são anteriores à criação dos assentamentos. “A lista tem uma série de irregularidades que mais confundem do que esclarecem”, afirma. Cassel reconhece que há desmatamento em alguns assentamentos, mas minimiza os danos. “É errado induzir à idéia de que as áreas destinadas à reforma agrária são as principais responsáveis pelo desmatamento. O último dado do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe) aponta uma redução de 25% no desmatamento na Amazônia. Nas áreas assentadas a queda é de 51%”. Um dia depois de anunciada a relação dos vilões do desmatamento, Minc voltou atrás. “Pode ter havido certa injustiça”, admitiu. O ministro do Meio Ambiente anunciou que o Instituto Brasileiro do Meio Ambiente (Ibama) terá 20 dias para avaliar os questionamentos do Incra sobre a lista. Para Sérgio Leitão, diretor de políticas do Greenpeace, é inegável a relação entre assentamentos de reforma agrária e o desmatamento na Amazônia. “A região virou um quarto de despejo dos conflitos agrários”, critica. De acordo com ele, a abertura de terrenos para a criação dos assentamentos e a atividade agropecuária desenvolvida neles não trazem bom custobenefício dos pontos de vista econômico e ecológico. Em nota, o Movimento dos Sem-Terra (MST) afirmou que a presença de “supostos assentamentos na lista é conseqüência da política do Governo Federal, tanto na gestão do ex-presidente Fernando Henrique Cardoso como na do presidente Lula, de regularizar a posse de áreas sem critérios adequados para inflar os números da reforma agrária”. O ministro Cassel negou a existência de "assentamentos fantasmas", ou seja, inexistentes ou usados para outras finalidades, como a extração ilegal de madeira. >>> link (à dir.): photolink e Revist@-@R

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