Meteorologistas preveem
futuro nefasto
Mil
cientistas reunidos recentemente na I Conferência Mundial de Meteorologia alertam para
mudanças irreversíveis no clima da Terra nas próximas décadas e suas consequências
Cena do
filme "O dia depois de amanhã", ficção científica que trata de mudanças
climáticas
Aumento
das turbulências aéreas, temperaturas cada vez mais extremas e ondas gigantes
nos mares: especialistas internacionais pintaram uma imagem apocalíptica do
clima nas próximas décadas, em uma conferência mundial recentemente encerrada em
Montreal. No evento da Organização Meteorológica Mundial (OMM), uma agência da
ONU, mil cientistas discutiram o futuro do clima na primeira Conferência
Mundial de Meteorologia. Quase 10 anos depois da entrada em vigor do Protocolo de Kyoto, que
buscou reduzir as emissões de gases de efeito estufa, a pergunta não é mais se
a Terra sofrerá com o fenômeno do aquecimento, mas como. “É algo irreversível e
a população mundial continua aumentando. É preciso adaptação”, disse Jennifer
Vanos, da universidade Texas Tech.Na primeira década do século 21, a
temperatura média da superfície do planeta aumentou 0,47 grau Celsius. Um
aumento de apenas 1 grau gera 7% mais vapor d’água e, como a evaporação é o
motor da circulação das massas de ar na atmosfera, é possível prever a
aceleração dos fenômenos meteorológicos.
Os cenários usados pela comunidade científica estimam um aumento de 2
graus na temperatura média da Terra em 2050. “As nuvens se formarão mais
facilmente e com maior rapidez, e os ventos serão mais fortes”, o que causará
inundações repentinas, advertiu Simon Wang, da universidade do estado de Utah.Em termos gerais, segundo o cientista americano, a alta das temperaturas
terá “um efeito amplificador sobre o clima como conhecemos atualmente”. Os episódios de frio intenso, como o
vórtice polar que castigou grande parte da América do Norte no inverno passado e já começaram neste inverno,
serão mais marcados e extremos, assim como os de calor excessivo e os períodos
de seca. Para os meteorologistas, o desafio agora será incorporar esta “força
adicional” aos seus cada vez mais complexos modelos de previsão, disse Wang.
Após semanas de cálculos,
concluiu-se que as mudanças climáticas amplificarão a força das estreitas
faixas de correntes de ar que giram ao redor do planeta. “Até 2025, passaremos
o dobro do tempo (de voo) imersos nas turbulências”
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