... 90 minutos na natureza
Cientistas da Universidade de Stanford, nos Estados
Unidos, demonstram que caminhar em ambientes naturais diminui a atividade
neuronal na área do cérebro relacionada a doenças mentais
Caminhar
por uma hora e meia em meio à natureza reduz os pensamentos negativos. Quer se livrar da depressão? Caminhe na natureza. De acordo com
pesquisadores da Universidade de Stanford, nos Estados Unidos, 90 minutos
andando entre árvores e arbustos diminui o nível de pensamentos negativos e
reduz a atividade nas áreas cerebrais relacionadas a doenças mentais. O estudo,
publicado no periódico Proceedings of the National Academy of Sciences
(PNAS), na última semana, sugere que parques naturais próximos aos grandes
centros são essenciais para manter a saúde mental dos seres humanos. "Nossas descobertas são importantes porque demonstram o impacto da
natureza na regulação das emoções - o que pode explicar de que forma ela nos
faz sentir melhor", diz o cientista Gregory Bratman, um dos autores do
estudo.
Humor
urbano -Para chegar a essas
conclusões, os pesquisadores partiram de estimativas de saúde globais, como as
que mostram que pessoas que vivem nas cidades grandes correm risco 20% maior de
desenvolver ansiedade e 40% maior de ter transtornos de humor. Para aqueles que
nascem em ambientes urbanos e jamais saem das cidades, a probabilidade de
desenvolver esquizofrenia é duas vezes maior. Os cientistas decidiram, então,
verificar se a exposição à natureza estaria ligada a essas estatísticas.
No estudo, dois
grupos de participantes caminharam por 90 minutos. Um deles numa área repleta
de carvalhos e arbustos e o outro, ao longo de uma rodovia com tráfego intenso.
Antes e depois da caminhada, os pesquisadores mediram a atividade cerebral, os
batimentos cardíacos e velocidade da respiração dos participantes. Ao fim das
caminhadas, os cientistas encontraram poucas diferenças nas condições
psicológicas dos caminhantes. No entanto, as mudanças cerebrais foram
marcantes. Naqueles que caminharam no ambiente natural, a atividade neuronal na
região do cérebro relacionada aos pensamentos negativos repetitivos diminuiu
consideravelmente. Essa área é fortemente relacionada a doenças mentais, como
depressão, e a altos níveis de angústia e ansiedade.