REFLEXOS no BRASIL de TERREMOTOS DISTANTES
Abalos sísmicos relatados com frequência em cidades brasileiras
Abalos sísmicos relatados com frequência em cidades brasileiras
Moradores de prédios em diversas cidades brasileiras, em especial São Paulo (foto apenas ilustrativa), Brasília e Manaus, têm se assustado, nas últimas décadas, com abalos sísmicos que fazem com que os apartamentos balancem, as janelas trepidem e objetos se movam. Muitos deixam suas residências às pressas, acreditando que está ocorrendo um terremoto. O fenômeno, na verdade, é conseqüência de terremotos, mas em raros casos estes ocorreram no Brasil. Em geral, o que as pessoas sentem são reflexos de terremotos distantes. Tais reflexos são sentidos desde 1922 nos grandes centros urbanos brasileiros, embora tenha havido um aumento de ocorrências na última década. Usando a sismologia, busca-se compreender como e por que ocorrem os reflexos e o que causou o aumento de sua ocorrência no país.
Em 13 de novembro de 2006, o jornal Folha de S. Paulo publicou notícia com o título ‘Reflexos de terremoto na Argentina atingem quatro estados e o DF’. O abalo tinha acontecido, a grande profundidade, na província argentina de Santiago del Estero, e teve magnitude 6.8 na escala Richter. Outra notícia no mesmo jornal, em 16 de agosto do ano passado, dizia: ‘Tremor de terra sentido por moradores de Manaus’. Nesse caso, os manauaras sentiram os reflexos de um forte terremoto (de magnitude 8) ocorrido no Peru, que causou 510 mortes naquele país. Ultimamente, essas notícias tornaram-se freqüentes, e os ‘tremores’ chegam a assustar a população e até provocam a evacuação de grandes edifícios. No último dia 22 de abril, um tremor de magnitude 5.2, na plataforma continental brasileira, a 215 km da cidade paulista de São Vicente, foi sentido em várias cidades de São Paulo, Rio de Janeiro, Paraná e Santa Catarina. Entretanto, muitos dos abalos que assustam moradores de grandes centros urbanos brasileiros são reflexos de terremotos andinos – ocorridos na região da cordilheira dos Andes (foto acima), a oeste da América do Sul. O primeiro registro no Brasil de tremores desse tipo, decorrentes da influência andina, ocorreu em 17 de janeiro de 1922, às 3h50 (horário de Greenwich). O terremoto, com profundidade de 650 km e magnitude 7.6, ocorreu no norte do Peru, a 1.300 km de Manaus, onde foram sentidos os reflexos. Desde então, foram registrados reflexos de 51 eventos distantes em cidades brasileiras, com notável aumento dessa ocorrência nos últimos 10 anos nas cidades de São Paulo, Manaus, Curitiba e Brasília. Esse aumento nos deixou curiosos, fazendo com que buscássemos, por meio da sismologia, respostas para esses reflexos no Brasil. De modo geral, a primeira explicação é a de que qualquer terremoto gera oscilações (ondas sísmicas) que podem, dependendo da energia liberada pelo fenômeno e de fatores geológicos, se propagar na crosta terrestre até longas distâncias. Os prédios mais altos sentem essas ondas sísmicas com maior facilidade. Quando acontecem terremotos com conseqüências graves (em 1976, na China, cerca de 250 mil pessoas morreram em um desses eventos), surgem dúvidas e questionamentos sobre certas definições tão distantes da nossa realidade. As mais comuns são as seguintes: O que é um terremoto? Por que tantos terremotos ocorrem na costa oeste da América do Sul? Acontecem – ou acontecerão – terremotos com a mesma magnitude no Brasil? O fenômeno tem alguma relação com o aquecimento global? Por que um terremoto tão distante é sentido em cidades brasileiras?
No início deste ano, estive alguns dias em Santiago (Chile), e algumas vezes ao elaborar matérias para o blog, vi meu monitor balançar e muitos objetos cairem no chão. A sensação é estranha, mas normalmente rápida.
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