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sábado, março 21, 2020

O VOO DA FÉ..."

1122 PASSAGEIROS NUM SÓ VOO
Na Bíblia Sagrada, uma das histórias mais fascinantes é, sem dúvida, o Êxodo. A fuga dos hebreus do Egito. Oprimidos e escravizados pelo Faraó, o povo hebreu fugiu para a Terra Prometida (Israel), conduzidos por Moisés, talvez o mais relevante personagem do Velho Testamento. A fuga durou longos 40 anos através do Deserto do Sinai.                                                                    Como a história sempre se repete, há dez anos, tivemos um novo Êxodo. Desta vez, os judeus não saíram do Egito, e sim da vizinha Etiópia, perseguidos por um tirano opressor. Dessa vez, não foi preciso abrir passagem através do Mar Vermelho, pois a fuga foi feita por via aérea. Por séculos, uma comunidade judaica, os Falashas, viveu na Etiópia, praticamente ignorada pelo mundo. Após muita negociação, conduzida pelo Embaixador de Israel na Etiópia, Asher Naim, o então sitiado regime de Mengistu concordou em permitir a saída dos Falashas para Israel. Era preciso agir com rapidez. A Etiópia virou praticamente uma "terra de ninguém" naqueles dias de maio de 1991, e o  ditador Mengistu já não estava no poder, quando Israel mobilizou uma frota de aeronaves militares e civis para resgatar os judeus etíopes em Adis Abeba, antes que a cidade fosse ocupada pelos rebeldes, 36 aeronaves israelenses da EL AL tiveram que levar o máximo possível de pessoas. Os aviões tiveram seus assentos removidos e foram configurados como cargueiros. Um dos Boeing 747  da El Al, (foto) matriculado com o prefixo 4X-AXD, pousou em Adis Abeba para resgatar os falashas. O comandante do avião pretendia embarcar 760 passageiros, mas logo que verificou o estado em que estavam os refugiados, muito magros e desnutridos, autorizou o embarque de mais gente, pois não haveria o risco de excesso de peso. Em apenas 37 minutos, um total oficial de 1087 refugiados embarcou no avião. Muitas crianças pequenas, no entanto, também embarcaram escondidas embaixo das saias das mães, elevando o total para 1120 pessoas a bordo. Como dois bebês nasceram durante a viagem, o número total de pessoas transportadas por esse 747 da El Al elevou-se a 1122, o maior número de passageiros carregado em um único voo em toda a história da aviação.                         Esse acontecimento, vem confirmar, "que a fé remove montanha se as turbinas aguentarem"!
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