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sexta-feira, abril 27, 2007

OUSADIA SOBRE TRILHOS

FERROVIA CURITIBA-PARANAGUÁA Estrada de Ferro Curitiba-Paranaguá, criada em 1880, é hoje uma das mais famosas do Brasil. Construída sobre a Serra do Mar, teve de vencer grandiosos obstáculos do relevo que pareciam ser impossíveis de se realizar para construção de sua linha férrea. Seu primeiro trecho foi inaugurado em 1883 e já em 1885 estava concluída, sendo então, a primeira ferrovia do Estado do Paraná. Mais tarde continuou se expandindo até 1892 quando alcançou o porto de Antonina. A linha ainda hoje, em seus 110 quilômetros de extensão que descem os 900 metros da serra, guarda alguns trechos originais daquele tempo, o que perpetua a comprovação do arrojado projeto do século passado. Você já se imaginou passando por um túnel bem no meio de uma enorme serra? Não? Então você precisa fazer essa viagem. Para fazer o passeio de Curitiba até Paranaguá, o ponto de partida é a Estação Ferroviária de Curitiba, onde a empresa Serra Verde Express administra os passeios do trem e garante um ótimo serviço de bordo - como os de aviões, além, se necessário, presença de guias poliglotas. Nos primeiros 22 quilômetros de trilhos, o trem atravessa dois municípios muito bonitos da região metropolitana de Curitiba: Pinhais e Piraquara. Alguns minutos de passeio, chega-se ao Túnel de Roça Nova, o primeiro de outros 13 túneis que se encontram no percurso e atravessam a maciça rocha da grandiosa serra. Com 457 metros, o Roça Nova, é o maior deles e se localiza no ponto mais elevado do trajeto. Nesse ponto, as fotos não podem faltar. Logo em seguida, a linha segue em direção à Casa Ipiranga, que serviu de meio de hospedagem para figuras ilustres da nossa história. O Imperador Dom Pedro II, o então presidente da Província do Paraná Carlos de Carvalho, sem esquecer, é claro, do famoso pintor paranaense Alfredo Andersen. Aproveite para observar a passagem do Rio Ipiranga que corta toda essa área dando um charme especial à construção.O melhor mesmo ainda esta por vir. Mais à frente, os passageiros irão se deparar com a cachoeira Véu da Noiva, enorme, com grande volume de água saindo da rocha e que consegue produzir um som mais alto do que o da locomotiva. Bem perto dali, antes de se chegar ao décimo primeiro túnel, se encontra o imponente Pico do Diabo, enorme rochedo com uma fenda entre duas escarpas, dando a sensação de que a qualquer momento tudo aquilo irá se desprender da serra. Fique atento e não perca a oportunidade de registrar essa impressionante obra da natureza com vários cliques.Mas fique calmo, se não deu para fotografar tudo que você queria. Na parada que o trem faz, na Estação de Marumbi, será possível tirar belas fotos da natureza que compõe o Parque Nacional do Pico do Marumbi, criado em 1990, com mais de 2.300 hectares. Sem precisar andar muito você poderá conhecer o Morro do Leão e também o Pico Marumbi, ambos altíssimos e freqüentados por alpinistas. A próxima parada é na Estação de Morretes, onde você também poderá experimentar o barreado, prato típico do litoral do Paraná, além de levar os doces feitos na região. Feita a visita em Morretes, é hora de percorrer os últimos 41 quilômetros do passeio até chegar à cidade de Paranaguá. Com seus 349 anos, a cidade não só é a mais antiga do Paraná, como abriga o porto de maior movimento em toda a região sul do país. Motivo de sobra para um passeio na Rua General Carneiro, onde se encontra a Igreja Matriz e o Museu de Arqueologia e Etnologia.
Nota: Queremos agradecer a gentileza do nosso prezado colaborador anônimo, que no 5 de julho de 2008, postou um justo reparo à presente matéria, ao dizer que por desconhecimento, omitimos o nome do ilustre Engenheiro Teixeira Soares, que com ousadia, coragem e planejamento, teve papel preponderante na consecução desta obra ferroviária que nos coloca em pé de igualdade com as mais arrojadas ferrovias de nosso planeta. Esperamos continuar merecendo o seu prestígio e seus valiosos esclarecimentos. Obrigado.

Um comentário:

  1. Ousadia do Engo. Teixeira Soares que não recebe os créditos devidos à sua façanha. Favor investigar melhor e publicar com mais competência... será possível?

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