RAIO DERRUBA AVIÃO?
Não, raios podem atingir o avião no ar – algo que não é encarado como
ameaça. “Caso uma descarga atinja o avião, ela passa pela sua estrutura e
é liberada para o ambiente pelas extremidades da aeronave, como as
asas”, conta Guzzo. “Os passageiros e os sistemas do avião estão
seguros, pois o campo elétrico dentro da estrutura do avião é nulo. Além
disso, qualquer sistema eletrônico do avião é dotado de uma blindagem
que o protege de sobrecargas externas”.
Mesmo assim, se houver a
ocorrência de um raio atingindo a aeronave durante o voo, a tripulação,
após o pouso, informa um técnico de manutenção em terra para que seja
efetuada uma verificação na fuselagem do jato.
E a Turbulência?
O
chacoalhar do avião durante uma turbulência, o pouso em pistas cercadas
por arranha-céus ou a mera consciência de que você está a mais de 10
mil metros de altura são fatores com potencial para dar frio na espinha
de qualquer um. Mas relaxe!
Segundo
Dan Guzzo, piloto de formação e gerente de segurança operacional da
Gol, turbulência não derruba avião. “As aeronaves são construídas com
materiais extremamente resistentes e desenvolvidos para suportar forças
muito maiores do que as de uma turbulência. Portanto, é impossível que
asas ou qualquer outra parte da fuselagem sofram avarias em áreas de
forte instabilidade”, afirma ele. “E as aeronaves comerciais são dotadas
de radares meteorológicos que nos permitem desviar de turbulência”.Diretor
de segurança operacional da Azul, o comandante Ivan Carvalho conta que
também existem as chamadas “áreas de turbulências de céu claro”, que nem
sempre são detectadas pelos radares. “É uma turbulência mais
imprevisível, mas que é facilmente transposta pela aeronave. Neste
momento, a grande preocupação que o piloto tem é com os passageiros, que
podem sofrer desconforto ou se chocar com algo durante a turbulência.
Por isso é fundamental estar com o cinto de segurança afivelado durante
toda a viagem. Decolagem e pouso são momentos mais tensos? Segundo
Dan Guzzo, a resposta é “sim”. Mas, por isso mesmo, trata-se de dois
momentos nos quais o cuidado com o avião é tão grande que a margem para
qualquer erro é quase nula. “No pouso e na decolagem, os pilotos devem
estar com um nível de atenção redobrado”, diz Guzzo.“São momentos
em que eles têm que lidar com uma série de atividades que envolvem a
preparação da aeronave para realizar estes procedimentos. Além disso, há
um contato mais frequente com a torre de controle que passa as
informações e autorizações necessárias. Para garantir total atenção a
estas fases de maior carga de trabalho existe um período de tempo
chamado de 'cockpit estéril' [aproximadamente 10 minutos após a
decolagem ou antes do pouso]. Nestes intervalos a atenção da tripulação
está focada exclusivamente na operação da aeronave. Nem mesmo os
comissários de bordo são autorizados a se comunicar com os pilotos
durante o 'cockpit estéril', a não ser para tratar de assuntos de
segurança”.
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