.Mundo em desmanche

 OURO SOB GELO
Um impacto inesperado do aquecimento global:

início de uma nova era de exploração das riquezas do Ártico Glaciar de Sermeq Kujalleq, na Groenlândia: retrai de quilômetros em apenas nove anos

A vastidão gelada acima do Círculo Polar Ártico há séculos fascina os exploradores com promessas de riquezas e glória. Devido ao clima inóspito, mudando rapidamente.                    O aquecimento global – e o consequente recuo das geleiras – desencadeou uma nova era de exploração no Ártico. Fotos de satélites divulgadas há algum tempo mostram que a camada de gelo flutuante no Oceano Ártico teve umaretração de 30% em relação à área mínima anterior. Os sinais de atividade humana estão por toda parte. Há alguns anos, a Noruega inaugurou um campo de extração e processamento de gás natural e petróleo no Mar de Barents, a primeira instalação industrial desse tipo no Ártico fora do Alasca. A retração da camada gelada também permitiu, pela primeira vez, a navegação sem a ajuda de barcos quebra-gelo pela chamada Passagem Noroeste, entre a Europa e a Ásia, cruzando a calota polar.
Um estudo estima que a região pode conter 25% de todas as reservas de petróleo ainda desconhecidas. Apesar da queda do preço do gás e do petróleo, não desanimou enfrentar as dificuldades da prospecção sob frio intenso. Naturalmente, a disputa política pelo controle do extremo norte tem se acirrado nos últimos anos. Há algum tempo, um submarino plantou uma bandeira russa feita de titânio sob o Pólo Norte, numa declaração simbólica de soberania. Na 1a. foto, o Sermeq Kujalleq, o glacial que mais perde massa no planeta. Só nos últimos nove  anos, esse imenso rio de gelo da Groenlândia sofreu uma retração de 20 quilômetros. Boa notícia para os negócios, mas as mudanças são devastadoras para a fauna. De acordo com um estudo, com a redução de seu habitat, em 2050 a população de ursos-polares já está sendo reduzida.