(Dos correspondentes Roberto Junior e Bruno Kirsten, Houston, TX)
(Esta foto da Estação Espacial Internacional - ISS, é meramente ilustrativa)
A idéia não é exatamente recente e possui inúmeras variações. Agora, porém, o setor de segurança dos Estados Unidos parece estar definitivamente engajado no desenvolvimento da tecnologia necessária para coletar energia solar no espaço e enviá-la para a Terra. O primeiro passo deverá ser a construção de dois satélites de demonstração, que possam testar e avaliar o funcionamento do conceito como um todo. O relatório divulgado pelo governo norte-americano, chamado Energia Solar Espacial como uma Oportunidade para a Segurança Nacional, defende que o desenvolvimento das tecnologias seja feito pela iniciativa privada, com financiamento governamental. O projeto consiste no lançamento de painéis solares gigantescos, com vários quilômetros de diâmetro. Uma vez em órbita, esses painéis captarão a energia solar e a enviarão para a superfície por meio de um feixe de microondas ou laser. No solo, o feixe de energia vindo do espaço será coletado por antenas especiais e então convertido em energia elétrica. Ao contrário dos painéis solares utilizados hoje, aqui na Terra, os painéis solares espaciais ficariam o tempo todo recebendo a luz do Sol, não interrompendo a captação de energia durante a noite. Eles deverão ficar em uma órbita geoestacionária, sobre um ponto fixo da Terra, o que é essencial também para que o foco de energia seja transmitido para o solo. O feixe de energia que chega ao solo também é enorme, exigindo a construção de uma estação de captação de cerca de um quilômetro de diâmetro. Segundo os especialistas, considerando um feixe de microondas para que a energia chegue à Terra, não haverá nenhum risco para aviação e nem mesmo para os pássaros. Segundo eles, as antenas de coleta poderão ser transparentes e até poderão ser feitas plantações por debaixo delas. O projeto é tão grandioso quanto os desafios a serem vencidos para viabilizá-lo. O próprio relatório estima que a construção de um protótipo, capaz de enviar um feixe de 10 megawatts de eletricidade para a Terra, levará cerca de 10 anos para ser construído, a um custo de US$10 bilhões. Críticos do projeto, contudo, apontam que há problemas ainda maiores do que o orçamento. Sua viabilização exigiria o desenvolvimento de foguetes ou naves reaproveitáveis, num momento em que a NASA está se preparando para desativar os ônibus espaciais. Uma usina solar espacial, apontam esses críticos, capaz de produzir a mesma potência hoje gerada por uma usina termelétrica, teria uma massa de 3.000 toneladas - mais de 10 vezes a Estação Espacial Internacional. "Arquivos de um Repórter" recomenda: Veja também a "Revista-AR". É só linkar!
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