Guerra ao refrigerante
Médicos britânicos querem bebida mais cara para combater obesidade. Será que resolve?
Para o vice-presidente da Associação
Brasileira para o Estudo da Obesidade e da Síndrome Metabólica, João
Eduardo Salles, as medidas são insuficientes para acabar com o problema.
“Controlar preço e publicidade não tem muito impacto. Os governos devem
pressionar a indústria a reduzir o teor de sódio, açúcar e gordura. A
redução nos preços de produtos diet e light também deve ser feita”, diz.
“A obesidade é uma grave situação de
saúde pública que precisa ser combatida no mundo e no Brasil também”,
avalia Walmir Coutinho, chefe do grupo de Obesidade e Transtornos
Alimentares do Instituto Estadual de Diabetes e Endocrinologia
(IEDE/PUC-Rio). Para ele, as medidas são positivas. “O sedentarismo e os
erros no consumo de alimentos com excesso de gordura, sódio e açúcar
são os principais fatores que levam à obesidade.”No
Brasil, o excesso de peso atinge 15,8% da população, segundo o
Ministério da Saúde. Entre a faixa de 5 a 9 anos de idade, mais de 2
milhões de crianças estão obesas. “É importante estimular a prática de
atividade física e evitar o consumo de bebidas adoçadas”, completa
Coutinho.
Nos Estados Unidos, autoridades de saúde
pública estão pedindo que se passe a limitar a quantidade de adoçantes
em refrigerantes e outras bebidas. O argumento é que o nível de açúcares
acrescentados nos produtos não é seguro. A obesidade atinge 35,7% dos
adultos americanos. O grupo, coordenado pelo Centro de Ciência para
Interesse Público, pede que existam limites voluntários para adoçantes
em alimentos como cereais e snacks, e que se faça uma campanha
educacional. No ano passado, a prefeitura de Nova York proibiu a venda
de refrigerantes em copos com mais de 473 mililitros em lanchonetes,
restaurantes, estádios e salas de cinema. A medida vale para todas as
bebidas ricas em açúcar, em todos os estabelecimentos que servem comida
pronta para o consumo.
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