Brasileiros usam veneno de cascavel para criar cola biológica
A cola foi desenvolvida a partir da mistura de uma enzima extraída do
veneno da cascavel com fibrinogênio de sangue de grandes animais.
[Imagem: Cevap/Unesp]- Fonte: Revista Renovação Tecnológica
Pesquisadores da UNESP (Universidade Estadual Paulista), em Botucatu
(SP), desenvolveram uma cola biológica a partir do veneno da cobra
cascavel (Crotalus durissus terrificus). Por ser um produto biológico, a cola - que os pesquisadores chamam de
selante de fibrina - terá uso primordial em medicina e estudos
avançados de terapia celular, sobretudo envolvendo células-tronco.A cola foi desenvolvida a partir da mistura de uma enzima extraída do
veneno da cascavel com fibrinogênio de sangue de grandes animais.
Fibrinogênio é uma proteína envolvida na coagulação do sangue,
funcionando como matéria-prima a partir da qual o organismo produz a
fibrina necessária para estancar a perda sanguínea em um ferimento.
A equipe demonstrou que o selante de fibrina possui uma estrutura
tridimensional capaz de segurar e manter células-tronco no local onde
devem se desenvolver. O material não causou rejeição, mostrando-se uma alternativa eficaz e
de baixo custo para a engenharia de tecidos e engenharia celular.
"O selante de fibrina tem um baixo custo de produção, não transmite
doenças infecciosas a partir de sangue humano e tem propriedades de um
andaime adequado para as células esta minais porque permite a preparação
de suportes diferenciados, que são adequados para todas as
necessidades", explica o professor Rui Seabra Ferreira Júnior.
Patente e desenvolvimento - A UNESP depositou um pedido de patente para garantir os direitos de
criação intelectual sobre o desenvolvimento do produto biológico.
O INPI (Instituto Nacional de Propriedade Industrial) deverá avaliar a
pertinência de realizar uma extensão internacional do pedido de
patente, visto que o depósito garante a proteção somente em território
brasileiro.
O esforço agora será encontrar parceiros da iniciativa privada que se
interessem em produzir e comercializar o selante de fibrina. Para isso, deverão ser feitos investimentos em desenvolvimento - o
escalonamento e a criação de um produto comercial a partir dos passos
desenvolvidos em laboratório.O mais recente artigo científico sobre o selante de fibrina mereceu
destaque na capa da plataforma científica BioMed Central, que reúne
resultados publicados em mais de 250 revistas científicas.
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