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quarta-feira, dezembro 16, 2015

AR-DIÁRIO: "DOS NOSSOS VELHOS ARQUIVOS"

Diário da Morte do piloto Milton Terra Verdi
Em 1960, o piloto Milton Terra Verdi (foto), pousava em emergência numa clareira na selva boliviana. Sem socorro, sem água e sem comida, Terra Verdi passou 70 dias escrevendo um diário, que tterminaria pouco tempo antes da sua morte. O diário virou um livro, o "Diário da Morte". Poucos livros são tão dramáticos. É comparável ao antológico "Diário de Anne Frank". O texto abaixo (resumo) de autoria de Chang Tsai. Há 55 anos, do pouso forçado do Cessna 140 de Milton Terra Verdi na inóspita selva boliviana, terminaria com a sua morte por inanição. A aeronave de Terra Verdi foi recuperada pela Fundação Educam (foto abaixo), com autorização da família. Na  clareira na qual pousou na Bolívia, em 1960, e exposta no Museu da TAM, em um dramático dilema, que reproduz exatamente as condições nas quais foi encontrada, há meio século depois.                                       Parte do texto de Chang Tsai:
Num mundo em que vivemos, onde muitos ostentam poderes sem necessidade e não sabem o que é gratidão, eu recomendo a leitura do livro "O Diário da Morte de Milton Terra Verdi". 
Ele e o cunhado, Antônio Augusto Gonçalves, tiveram que fazer um pouso forçado do Cessna 140,  em que viajavam (foto), no meio da selva boliviana, entre Corumbá e Santa Cruz de La Sierra por falta de combustível. O registro começa no dia do pouso forçado, 29 de agosto de 1960. De acordo com o relato de Milton, seu cunhado morreu de inanição 10 dias depois. Verdi esperava por um socorro que não chegou a tempo. Foram 70 dias de angústia, tendo que conviver com a decomposição do corpo de Antônio. Só podia contar com a água da chuva que vinha de vez em quando. Fez várias tentativas de se embrenhar na mata fechada, porém em vão. Com fome e sede constantes, ainda conseguia escrever, usando mapas e documentos para se manter lúcido. À medida que o tempo ia passando e o socorro não chegava, a solidão e o desespero iam tomando conta. No 65º dia, ele escreve sobre como o sofrimento muda a nossa forma de pensar, sempre pedindo a Deus por nova oportunidade de ser bom pai, bom filho e bom marido. Infelizmente, o socorro chegou em 24 de dezembro daquele ano, mais de um mês depois de Milton falecer, também de inanição.

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