VEM AI O NOVO ZEPPELIN: MODERNO, ROMÂNTICO E INTEIRAMENTE SEGURO
A família acaba de almoçar, levanta-se da mesa e caminha até
uma imensa janela de vidro. As crianças vibram e apontam para zebras e
girafas. O pai avista um grupo de leoas que se aproxima da manada.
Calma, não há perigo. A família não está em casa, mas flutuando lenta e
confortavelmente sobre uma reserva na África, a cerca de 30 metros de
altura. Ela está a bordo de um dirigível modelo 1997. Sonho? Sim, mas
também realidade.
O charuto voador desapareceu dos céus há sessenta anos. Mais
exatamente, no dia 6 de maio de 1937, quando o maior de todos os
dirigíveis, o Hindenburg, incendiou-se em Nova Jersey, nos Estados
Unidos, matando 36 dos 97 passageiros. Contrariando todas as normas de
segurança, o Hindenburg não usou hélio, mas hidrogênio, um gás
inflamável, para ficar mais leve que o ar. Essa falta de cuidado
resultou numa tragédia que chocou o mundo. O trauma do acidente foi
tamanho que ninguém podia mais ouvir falar em dirigíveis. Eles foram
praticamente aposentados.
Agora, o choque já vai longe. E o velho risco não existe
mais. O novo dirigível, o Zeppelin NT (de new technology), que fará seu
vôo inaugural até o final de agosto na Alemanha, tem o seu balão cheio
de hélio. Não pega fogo de jeito nenhum. Tem ainda computador de bordo e
um sistema de navegação comparável aos dos aviões mais modernos. Não
que ele vá competir com aviões. Sua velocidade máxima é de apenas 140
quilômetros por hora e a passagem não será barata (afinal, esse primeiro
modelo transportará apenas doze passageiros em primeiríssima classe).
O Zeppelin NT é silencioso, não polui a atmosfera e parece
mesmo um sonho. Embora possa atingir uma altitude de 2 500 metros, ele é
ideal para os rasantes em câmera lenta. Assim, numa ponte aérea entre o
Rio de Janeiro e São Paulo, você vai ver as praias do ponto de vista
das gaivotas.
Planando no céu.
Estão sendo construídas cinco unidades (todas para doze passageiros) destinadas a voos turísticos e científicos na Alemanha. A reestreia do dirigível
acontecerá em Friedrichshafen, a cidadezinha do sul da Alemanha onde
nasceu o LZ-1. Depois, virão modelos bem maiores
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