AQUECIMENTO NO TETO
DAS AMÉRICAS
Rei numa terra de gigantes, seu cume se ergue acima das nuvens. É o teto das Américas e de todo o Hemisfério Sul (foto ao lado), já que nenhuma montanha ultrapassa o Aconcágua, na Argentina, junto à fronteira com o Chile. Com 6.962 metros, ele se destaca numa região em que se acha facilmente cumes acima de 5.500 metros. Ainda assim, o Aconcágua não está imune a um dos efeitos mais imediatos e visíveis do aquecimento global, o derretimento das geleiras dos Andes. As geleiras do Aconcágua (foto 1) se estendem da província de Valparaíso, no Chile, a Mendoza, na Argentina. Antigos conhecedores da região acompanham ano a ano um declínio que cientistas medem em metros.— É muito triste, mas a cada ano as geleiras estão menores — diz o esquiador austríaco radicado no Chile Hans Podlipnik, integrante da primeira expedição que esquiou nas geleiras do Aconcágua, em 1974. Podlipnik conhece bem as geleiras e vales glaciais profundos na região fronteiriça de Chile e Argentina, uma das paisagens mais belas da América andina. Paraíso de aventureiros, esquiadores e montanhistas, a região do Aconcágua também é um cenário dos efeitos do aquecimento global. E não só o Aconcágua. As grandes montanhas perto dele perdem geleiras. Menos ameaçados pelo degelo andino do que seus vizinhos tropicais, Chile e Argentina também registram perda de geleiras. O recuo de neves que antes se julgava eternas — ameaça o fornecimento de água, a produção de energia hidrelétrica e a indústria do turismo e do vinho, tanto no Chile quanto na Argentina.
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