A ligação entre La Paz e a região andina de Los Yungas é uma aventura muitas vezes sem volta...
Ela liga os cumes
andinos ao trópico no norte de La Paz é lavrada na rocha, estreita e sinuosa,
com centenas de curvas fechadas e cotovelos à beira de precipícios, e muito
abaixo se vê uma listra prateada reluzente, que é uma corrente de água para a
bacia amazônica. Muitos a chamam de "estrada da morte" e a consideram
uma das mais perigosas do mundo.
A descida, que percorre 3,6
km de desnível em 64 km de trajeto, é feita pela esquerda da estrada para que
os caminhões carregados de frutas ou madeira subam junto à rocha e, em caso de
cruzamento, o peso não contribua para que o terreno ceda e o veículo caia no
abismo. Em certos trechos, o motorista tem de retroceder até encontrar espaço
suficiente para dar passagem a um veículo que venha em sentido contrário.
Nos locais altos, às vezes a visibilidade é
prejudicada pela densa neblina, que não permite enxergar além de um metro. O
apelido de "estrada da morte" é rejeitado e causa preocupação e
irritação nos milhares de habitantes de Los Yungas, norte e sul, ou mais ao
norte, em Caranavi, Tipuani, Palos Blancos, em paisagens paradisíacas de densa
vegetação, plantas e animais exóticos, cachoeiras, rios largos de água
cristalina e uma temperatura nunca abaixo de 18ºC no inverno. As autoridades,
porém, admitem que a estrada para Los Yungas está entre as três mais perigosas
das cerca de 20 vias principais da Bolívia, não só por sua topografia como pela
imprudência dos motoristas, especialmente os do serviço público, que não
respeitam as normas, costumam estar bêbados ou não submetem seus veículos à
revisão.técnica, provocando uma média anual de 800 mortes e mais de mil feridos.
O problema na Bolívia é que
os motoristas bebem muito, não mantêm os ônibus, não revisam os freios, que são
os que sofrem na descida", afirma. Depois, quase em tom de confidência,
afirma que alguns motoristas de empresas de transportes costumam apostar
corridas entre eles. Um usuário da empresa diz que os motoristas "não
pensam que estão transportando pessoas", e às vezes resolvem suas
diferenças pessoais com um "encontro na estrada", que sempre tem o
perigo de acabar mal 200 ou 300 metros abaixo, às vezes arrastados pelas fortes
correntezas dos rios.
Parabéns pela excelente matéria sobre a estrada da morte na Bolívia.
ResponderExcluirSeu blog é um dos melhores que eu já vi.