Ato ilegal empossa Sarney na presidência do Brasil
Prometemos aos nosos leitores que nestes dias que precedem às eleições no Brasil, estariamos apresentando alguns casos que entraram para a História do Brasil contemporânea.
Como o leitor deve se lembrar, em 15 de março de 1985, na véspera de sua posse, Tancredo Neves, último presidente eleito pelo voto indireto no Colégio Eleitoral, teve seu estado de saúde agravado por enfermidade que ele tentava esconder, mas que acabou exigindo a sua internação às pressas, no Hospital de Base de Brasília. Esse mal foi se agravando, até levá-lo à morte um mês depois. Sem a posse formal do presidente e vice José Sarney, eleitos no Colégio Eleitoral, os cargos ficaram vagos, de acordo com a Constituição.
Marchas e contramarchas transformaram em pesadelo à noite dos políticos que já estavam reunidos em Brasília, para o famoso beija-mão no dia seguinte. Com o passar das horas, o clima ia ficando mais tenso. Havia um temor predominante entre os políticos, que os levava a conclusão, de que os comandantes revolucionários, que ainda ocupavam o poder pela última noite, pudessem se aproveitar de uma situação inusitada, para esticar um pouco mais o regime de exceção. Os principais líderes passaram a noite consultando juristas, membros do Supremo, etc, para que pudessem se
tranqüilizar um pouco. Um clima tenso (apesar do avançado da hora) dominava o país, especialmente Brasília. Nesses entendimentos, alguém deve ter tido a esperteza, ou o bom senso, de encontar uma saída que não despertasse muito a curiosidade dos militares, diante de um País perplexo e insone. Finalmente, chegaram a um consenso de que seria mais prudente empossar, mesmo que ilegalmente, José Sarney, para um mandato, que deveria ser apenas interino. Outro aspecto favorável à José Sarney, é que se tratava de um político de livre trânsito, afinado com as oligarquias, e sem restrições entre os militares das três armas.
A verdade é que em nome da interinidade, Sarney cumpriu quatro anos de governo, cometendo com isso, mais um ato ilegal.
Essa decisão de emergência só poderia ter contado com apoio ainda que a contragosto de
Ulysses Guimarães, que abdicou de um direito legítimo como presidente da Câmara, talvez, para evitar uma reviravolta de última hora em detrimento da democracia. Finalmente chegaram a uma conclusão que era preferível dar posse (mesmo ilegitima) a Sarney que afinal de contas disputou um Colégio Eleitoral, como vice de Tancredo. E assim, um maranhense matreiro, não se fez de rogado e acabou assumindo o cargo mais importante da Nação. Gostou e ficou.
E assim na porta do gol, Sarney se livrou de Tancredo, depois de Ulysses e atingiu a meta. Esse incrível episódio republicano, me fez lembrar de um velho provérbio, que poderia ser titulo de um livro sobre bastidores da nossa política: "O dia em que o Zé matou dois coelhos com uma só cajadada", sem precisar da ajuda dos "Marimbondos de Fogo", titulo do livro que o levou a Academia Brasileira de Letras, e o tornou imortal !
Prometemos aos nosos leitores que nestes dias que precedem às eleições no Brasil, estariamos apresentando alguns casos que entraram para a História do Brasil contemporânea.
Como o leitor deve se lembrar, em 15 de março de 1985, na véspera de sua posse, Tancredo Neves, último presidente eleito pelo voto indireto no Colégio Eleitoral, teve seu estado de saúde agravado por enfermidade que ele tentava esconder, mas que acabou exigindo a sua internação às pressas, no Hospital de Base de Brasília. Esse mal foi se agravando, até levá-lo à morte um mês depois. Sem a posse formal do presidente e vice José Sarney, eleitos no Colégio Eleitoral, os cargos ficaram vagos, de acordo com a Constituição.
Marchas e contramarchas transformaram em pesadelo à noite dos políticos que já estavam reunidos em Brasília, para o famoso beija-mão no dia seguinte. Com o passar das horas, o clima ia ficando mais tenso. Havia um temor predominante entre os políticos, que os levava a conclusão, de que os comandantes revolucionários, que ainda ocupavam o poder pela última noite, pudessem se aproveitar de uma situação inusitada, para esticar um pouco mais o regime de exceção. Os principais líderes passaram a noite consultando juristas, membros do Supremo, etc, para que pudessem se
tranqüilizar um pouco. Um clima tenso (apesar do avançado da hora) dominava o país, especialmente Brasília. Nesses entendimentos, alguém deve ter tido a esperteza, ou o bom senso, de encontar uma saída que não despertasse muito a curiosidade dos militares, diante de um País perplexo e insone. Finalmente, chegaram a um consenso de que seria mais prudente empossar, mesmo que ilegalmente, José Sarney, para um mandato, que deveria ser apenas interino. Outro aspecto favorável à José Sarney, é que se tratava de um político de livre trânsito, afinado com as oligarquias, e sem restrições entre os militares das três armas.
A verdade é que em nome da interinidade, Sarney cumpriu quatro anos de governo, cometendo com isso, mais um ato ilegal.
Essa decisão de emergência só poderia ter contado com apoio ainda que a contragosto de
Ulysses Guimarães, que abdicou de um direito legítimo como presidente da Câmara, talvez, para evitar uma reviravolta de última hora em detrimento da democracia. Finalmente chegaram a uma conclusão que era preferível dar posse (mesmo ilegitima) a Sarney que afinal de contas disputou um Colégio Eleitoral, como vice de Tancredo. E assim, um maranhense matreiro, não se fez de rogado e acabou assumindo o cargo mais importante da Nação. Gostou e ficou.
E assim na porta do gol, Sarney se livrou de Tancredo, depois de Ulysses e atingiu a meta. Esse incrível episódio republicano, me fez lembrar de um velho provérbio, que poderia ser titulo de um livro sobre bastidores da nossa política: "O dia em que o Zé matou dois coelhos com uma só cajadada", sem precisar da ajuda dos "Marimbondos de Fogo", titulo do livro que o levou a Academia Brasileira de Letras, e o tornou imortal !
MAS ACHO QUE FOI MELHOR ASSIM, FOI UMA SOLUÇÃO MELHOR PARA AQUELA OCASIÃO, AFINAL NO bRASIL SEMPRE SE DÁ UM JEITINHO PRA TUDO NÉ
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