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quinta-feira, maio 06, 2010

O ar, como todos podem ver, é cristalino como o vidro. E não deforma nem desvia as imagens que chegam ao olho. Certo? Nem tanto, afirmam os astrônomos. Eles sabem o que dizem, pois a luz das estrelas têm de atravessar os 100 quilômetros de espessura da atmosfera e, nesse percurso, encontra muitos acidentes. São regiões quentes, outras frias, gases e nuvens densas que mudam a trajetória dos raios de modo imprevisível. Até alguns anos atrás, as oscilações das imagens deixavam os astrônomos de cabelos brancos porque iludiam todos os telescópios instalados no solo. A solução foi criar instrumentos inteligentes, como o Gemini, que o Brasil ajudou a construir junto com Estados Unidos, Inglaterra, Canadá, Argentina, Chile e Austrália. São, na verdade, dois aparelhos idênticos. Um deles foi inaugurado em 2001, no Havaí, e o outro, mais recentemente no Chile. "Com isso, os brasileiros poderão fazer pesquisa de alta qualidade durante trinta anos", diz o astrofísico João Steiner, da Universidade de São Paulo e colunista da SUPER. Nesta reportagem você vai conhecer as mágicas que o Gemini emprega para corrigir os defeitos do ar e, assim, revelar a verdadeira face das estrelas e das galáxias mais distantes do Universo.
(O interior do telescópio em Cerro Pachón, nos Andes chilenos.)
Imagens nunca vistas : Os astrônomos dos sete países do Projeto Gemini já têm alvos prioritários no céu. O novo telescópio permitirá, pela primeira vez, ver o núcleo da Via Láctea, onde pode haver um buraco negro gigante escondido. Outras revelações serão os quase 100 planetas bebês já detectados, recém-formados em torno de outras estrelas, e as galáxias ultra-remotas, surgidas logo depois do nascimento do Universo. "Nós vamos utilizar o telescópio que, em vários aspectos, é o melhor que existe", afirmou à SUPER a astrofísica Beatriz Barbuy, da Universidade de São Paulo, representante brasileira na direção do Gemini. "Ainda mais porque o Gemini pode ser aprimorado no futuro, enquanto o Hubble e o Keck estão consolidados, não podem mais mudar", acrescenta João Steiner. Entre outras coisas, será possível aumentar a rapidez com que os sensores avaliam as condições da atmosfera para ajustar o foco do espelho. Bastará isso para refinar as correções feitas nas imagens e tornar, aos olhos do Gemini, o ar cristalino e transparente como nunca se viu na história da Astronomia.

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