Até recentemente, o primeiro acidente em número de vítimas no Brasil, havia sido com este Boeing 727 VASP, ocorrido em 1982 no Ceará (com 137 mortos). No dia 29 de setembro último,ocorreu uma colisão entre um jato executivo Legacy (sem vítimas fatais) e um Boeing 737-800 da GOL, sobre a região da Serra do Cachimbo (MT) provocando a morte de todos os seus ocupantes: 154 pessoas, entre passageiros e tripulantes. Este, passou a ser o maior acidente em número de vítimas da história da aviação brasileira.
*Em vôo iniciado em Congonhas com uma escala no Galeão, Rio, o comandante do 727 da Vasp, prefixo PP-SRK, (este da foto) abandonou seu plano de vôo para instrumentos cedo demais, a 140NM do destino e prosseguiu em aproximação visual para o aerporto Pinto Martins, tendo as luzes de Fortaleza seu destino final em seu visor. O comandante se sentiu seguro e continuou sua aproximação, desrespeitando todos os preceitos de navegação bem como, por duas vezes o alarme de altitude. O 727 acabou colidindo com um dos picos da Serra de Aratanha,próximo a cidade de Pacatuba, Ceará. Este acidente ficou famoso pela divulgação no Jornal Nacional, da gravação do "voice recorder", onde claramente um tripulante nervoso comentando: "Tem uns morretes ai..." Inclusive foram ouvidos alguns palavrões de desespero, até o impacto contra a serra. Nesse acidente morreram todos os 137 ocupantes do aparelho, e aconteceu no dia 8 de junho 1982. Entre as vítimas encontrava-se um casal em viagem de lua de mel Ademir Antonio Gallo e Adalgisa Venturini Gallo que residia em Santo Antonio de Posse uma cidade que faz divisa com Amparo. *Por volta de 2002, quando estava escrevendo o meu livro "Arquivos de um repórter" lembrei-me desse acidente e liguei para um número qualquer que encontrei na lista telefônica da cidade. Uma senhora gentil, me informou o número do telefone da mãe do Ademir (que vou omitir). Expliquei-lhe o motivo da minha ligação, pedi descupas por forçá-la a reviver um momento tão trágico para duas famílias amigas. Mas ela muito fina e amável, me fez esta estarrecedora revelação, que poucos têm conhecimento. O impacto da aeronave foi tão forte contra a Serra da Aratanha, que todos os corpos ficaram soterrados, que foi transformada em Túmulo Comunitário, onde há uma lápide com os nomes das 137 vítimas. Essa mãe disse que todos os anos no dia de finados, ela e sua irmã vão local depositar flores para o filho e nora. *Quando o livro ficou pronto, liguei para ela agradecendo a acolhida e pedindo permissão a ela para entregar-lhe o primeiro exemplar do meu primeiro livro. Desde que esse gesto não ferisse mais os seus sentimentos. Ela aceitou a oferta. No dia seguinte fui a sua casa e entreguei-lhe o livro. Os cinco maiores acidentes aéreos ocoridos no Brasil 1-Boeing 737-800 da GOL, cai após colidir com jato executivo, em (MT) 154 mortos(2006). 2- Boeing 727-200 da VASP, bate numa colina em Fortaleza (CE): 137 mortos (1982) . 3- Fokker-100 da TAM, cai perto de Cogonhas (SP): 99 mortos (1996) . 4- Douglas DC-3 da REAL, choca-se com um quadrimotor da Marinha dos EUA, no Rio : 61 mortos (1960) . 5- Boeing 727 da TRANS*BRASIL, choca-se contra morro em Florianópolis: 54 mortos (1980).
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Não gosto de assuntos ligados a tragédia. Aprecio aviação mas pelo lado da ousadia.
ResponderExcluirGrato,
Bruno
Olá, estava olhando a reportagem escrita sobre o desastre da VASP em 1982. Achei o assunto pois na verdade procurava sobre um incidente sobre uma aeronave na inglaterra (que foi documentada pelo programa Mayday, desastres aéreos - NetGeo em 2007) Quando vi o texto encontrado em pdf no 727 datacenter, vi o nome do Ademir e lembrei dele, que foi meu primeiro Dentista e clinicava em frente da minha casa na ocasião. Anos mais tarde, descobri que meu "novo" dentista, por uma dessas conhecidências fora quem trocou as passagens áreas com o casal Gallo, pois tmb em lua de mel, desistira da viagem e como eram amigos... Mas essa é uma história que realmente deve fica só mencionada. Devemos deixar nossos amigos, entes, na paz e não perturbar a vida de quem sobrevive com essas marcas.
ResponderExcluirMoro nos EUA mas periodicamente vou a Fortaleza a trabalho. Gosto muito de conversar com taxistas, pois os tenho como termometro socio-economico. Quando nesta cidade na semana passada, andei com Mauricio, taxista que faz ponto no Hotel Seara, Praia da Iracema. Este me levou a um Polo Textil de Maracanau e da estrada vi o pico onde houve o acidente e sobre ele falamos. Mauricio me disse uma historia singular: Semanas apos o acidente ele pegou tres tripulantes da Vasp que entraram em seu taxi no antigo Sandra's Bar (darei nome a todos os bois listados em a narrativa). Eles ja entraram conversando sobre o acidente. O Capitao dizia:"Foi uma imprudencia o cara voar. O cara devia ter pulado de um edificio e nao fazer isto, deixando 136 'presubtos' para tras"
ResponderExcluirO primeiro Oficial comentou:"E o cara andava bebendo muito; estava transtornado com o divorcio." O outro, creio ser o segundo oficial ou Mecanico de Voo, completou: "E por cima a namorada dele (Mauricio acredita ter ouvido que ela era uma Aeromoca)o deixou, indo para a Europa e seu filho adolescente estava metido em confusoes tambem, dando muito trabalho a ele. O cara estava mal mesmo, ate financeiramente". E Mauricio ouviu um deles encerrando o assunto:" E mas mesmo assim nao devia ter feito isso."
De outra fonte, ainda nesta viagem, um engenheiro e industrial da cidade, este o chamarei somente de Arno, me disse ter escutado de um outro aeronauta que e Cpt deste voo fatidico, era indiciplinado, voava demasiadamente (Chegava a voar o dobro de horas permitidas semanalmente na epoca), tinha como habito de queimar muito querosene tirando atraso de voos e era tido como machao, cara que nao respeitava greves, etc. Disto eu nao posso comentar. O Capt esta morto, (bem como o Temporal, conhecido meu da area textil) e e covardia falar de quem nao esta aqui para se defender. Dai so reporto fidedgnamente o que OUVI nesta viagem. Nenhuma das duas pessoas tinha nenhum motivo para mentir, ou inventar nomes, circunstancias e locais... O fato e mais da alcada dos historiadores desta area, pesquisadores ou reporteres investigadores; esses fatos que ouvi nesta viagem, poderia ser ou nao substanciados por meio de uma pesquisa mais seria, mais funda. Ai, provado as alegacoes, eu abriria a minha boca e falaria bem alto: "Que imprudencia deixar um sociopata voar em aviao de linha area..."
Sam, Carolina do Sul, 8 de Fevereiro de 2010
o relatorio final do acidente confirmou problemas emocionais que o comandante estava vivenciando e que definitivamente contribuiram para o acidente
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