...Entrevistei os três capitães que a trouxeram em definitivo para o BrasilDepois de entrevistar em 1962 os capitães: Hideraldo Luiz Bellini (Suécia-58) (C) e Mauro Ramos de Oliveira (Chile-62) (D). Em 1974, residindo em Águas de Lindóia, entrevistei Carlos Alberto Torres (México-70). Reconheço que tive o privilégio de conhecer e entrevistar os três capitães da Seleção Brasileira que ajudaram a trazer em definitivo a Taça Jules Rimet para o Brasil. Inclusive esse trio foi desfeito com o falecimento de Mauro, o primeiro a partir da dir. nesta foto rara e histórica.
Ao falar do meu orgulho de me aproximar e tocar a taça Jules Rimet, que nesse momento estava nas mãos do capitão Mauro, quero dizer aos mais jovens, que ela foi um símbolo da resistência, de uma longa história, que começou a ser escrita a partir de 1930 no Uruguai, e que sobreviveu ao holocausto da 2.a Guerra Mundial. Taça que fez o mundo se emocionar, quando suas seleções a disputavam em duelos esportivos. Todas as vezes que a conquistamos, nosso povo desvalido, encontrava alento para recomeçar um novo Brasil. Por incrível ironia, justamente o país que mais a enamorou, que mais tempo com ela ficou, até um dia que no romântico México, a conquistou em definitivo, acabou permitiu que mãos crimosas a arrebatassem da sede da CBF no Rio de Janeiro, porque só a viam pelo valor material, e que só conhecem na vida a lei da esperteza. Ela, que era habituada a fazer longas, felizes e ruidosas viagens, sempre adorada pelos países que a conquistaram, deve ter pressentido o seu fim, ao fazer a mais curta e silenciosa de todas as suas viagens: Da rua da Alfândega (endereço antigo da sede da CBF, no Rio de Janeiro) a joalheria mais próxima. Dela, sobraram, sua lenda, lágrimas dos que ousaram conquistá-la e a perplexidade do mundo esportivo pela sua perda irreparável, num jogo sujo, extra campo, num país em que a corrupção, esta sim, é detentora de todas as taças!
Manchete dos jornais de 27/1/84: “Taça Jules Rimet foi derretida."
A taça Jules Rimet, conquistada em definitivo pela nossa Seleção com o tri-mundial em 1970 no México, foi roubada em 19 de dezembro de 1983 da sede da CBF, no Rio de Janeiro, com mais três troféus. Foi vendida por Cr$ 26 milhões, e depois derretida. A informação é da Superintendência da Polícia Federal, que prendeu os ladrões: Sérgio Pereira Alves, representante do Atlético Mineiro, na CBF, e chefe do Setor de Seguros do Banco Agrimisa, que foi denunciado pelo ex-presidiário Antonio Setta como autor intelectual do roubo. Setta teria sido convidado a participar da ação, mas não aceitou por “motivos pessoais” (seu irmão morreu na comemoração do tricampeonato). Alves teria se unido ao ex-policial Francisco José Rivera e ao negociante de ouro José Luís Vieira da Silva. A Jules Rimet foi vendida a Antonio Pugliese, dono de uma joalheria, que a derreteu.
Ao falar do meu orgulho de me aproximar e tocar a taça Jules Rimet, que nesse momento estava nas mãos do capitão Mauro, quero dizer aos mais jovens, que ela foi um símbolo da resistência, de uma longa história, que começou a ser escrita a partir de 1930 no Uruguai, e que sobreviveu ao holocausto da 2.a Guerra Mundial. Taça que fez o mundo se emocionar, quando suas seleções a disputavam em duelos esportivos. Todas as vezes que a conquistamos, nosso povo desvalido, encontrava alento para recomeçar um novo Brasil. Por incrível ironia, justamente o país que mais a enamorou, que mais tempo com ela ficou, até um dia que no romântico México, a conquistou em definitivo, acabou permitiu que mãos crimosas a arrebatassem da sede da CBF no Rio de Janeiro, porque só a viam pelo valor material, e que só conhecem na vida a lei da esperteza. Ela, que era habituada a fazer longas, felizes e ruidosas viagens, sempre adorada pelos países que a conquistaram, deve ter pressentido o seu fim, ao fazer a mais curta e silenciosa de todas as suas viagens: Da rua da Alfândega (endereço antigo da sede da CBF, no Rio de Janeiro) a joalheria mais próxima. Dela, sobraram, sua lenda, lágrimas dos que ousaram conquistá-la e a perplexidade do mundo esportivo pela sua perda irreparável, num jogo sujo, extra campo, num país em que a corrupção, esta sim, é detentora de todas as taças!
Manchete dos jornais de 27/1/84: “Taça Jules Rimet foi derretida."
A taça Jules Rimet, conquistada em definitivo pela nossa Seleção com o tri-mundial em 1970 no México, foi roubada em 19 de dezembro de 1983 da sede da CBF, no Rio de Janeiro, com mais três troféus. Foi vendida por Cr$ 26 milhões, e depois derretida. A informação é da Superintendência da Polícia Federal, que prendeu os ladrões: Sérgio Pereira Alves, representante do Atlético Mineiro, na CBF, e chefe do Setor de Seguros do Banco Agrimisa, que foi denunciado pelo ex-presidiário Antonio Setta como autor intelectual do roubo. Setta teria sido convidado a participar da ação, mas não aceitou por “motivos pessoais” (seu irmão morreu na comemoração do tricampeonato). Alves teria se unido ao ex-policial Francisco José Rivera e ao negociante de ouro José Luís Vieira da Silva. A Jules Rimet foi vendida a Antonio Pugliese, dono de uma joalheria, que a derreteu.
Oi Roberto
ResponderExcluirSou jornalista inglês morando no Brasil, e estou ajudando um colega em pesquisar um documentário sobre o furto da taça Jules Rimet. Ele está procurando provas concretas de que a taça realmente fosse derretida, e/ou pessoas que acreditam que ainda existe.
Se possa ajudar, por favor entre em contato, hirsch.tim@gmail.com.
Obrigado
Tim Hirsch