Drogas ilícitas matam mais de 500 pessoas por dia em todo mundo, segundo relatório da ONU
NOVOS HÁBITOS: O Consumo de cocaína está dando lugar ao uso de drogas sintéticas e substâncias psicoativas, segundo diretor da UNODC. São quase 200 mil mortes por ano, de pessoas que poderiam ser úteis a nossa sociedade.
As drogas ilícitas matam mais de 500
pessoas por dia em todo o mundo, uma a cada 3 minutos. Só no ano
passado, cerca de 210 milhões de pessoas de 15 a 64 anos consumiram
drogas. Os números são do Relatório Mundial sobre Drogas da Organização
das Nações Unidas (ONU), divulgado no último dia 11, durante a abertura
da 56ª Sessão da Comissão de Narcóticos, em Viena, na Áustria. O encontro, que reuniu mais de mil
representantes de países e da sociedade civil, discutiu questões ligadas
à cooperação internacional sobre o combate às drogas e ligadas à saúde
pública, como a ameaça de novas substâncias psicoativas.
Na opinião do médico Jorge Jader Junior,
presidente da Associação Brasileira de Alcoolismo e Drogas (Abrad),
embora os dados divulgados pela ONU sejam assustadores, a realidade
mostra que os casos de mortes por uso de drogas são subnotificados e os
números são maiores.
“No último censo da Cracolândia, no Rio
de Janeiro, a equipe do jornal Folha Universal, fez um atendimento voluntário. Foram 100
pessoas acolhidas, e duas morreram em menos de 24 horas. Duas em cada
100. Em mil são o equivalente a 20. Num cálculo rápido, sem caráter
científico, seriam cerca de 400 mortes em 24 horas só no Brasil”,
alerta.
De acordo com o relatório da ONU, a
planta Cannabis (maconha) é a droga mais consumida do mundo, seguida
pelas anfetaminas. Segundo o diretor-executivo do Escritório das Nações
Unidas sobre Drogas e Crimes (UNODC), Yury Fedotov, o consumo e a
fabricação de cocaína caíram, mas houve um aumento no consumo e produção
de drogas sintéticas e de novas substâncias psicoativas.
O secretário-geral da ONU, reforça que o alto número de mortes é uma tragédia global. “O vício das
drogas é uma doença, não um crime. Os toxicodependentes não devem ser
tratados com discriminação, mas por peritos e médicos conselheiros.” Na
opinião dele, o uso de drogas expõe ao risco de doenças mentais, crime e
violência, além de doenças infecciosas "HIV" e "hepatite C."
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