A HISTÓRIA DA DOR
Capa original do livro da historiadora neozelandesa Joanna Bourke
Durante a maior parte da história humana, a dor não era sintoma de
doenças ou a reação do corpo ao mau funcionamento de um órgão. Era vista
como punição divina ou forma de purificar a alma. Suportar impassível
as dores excruciantes foi virtude valorizada até os anos 1970, quando a
indústria farmacêutica desenvolveu analgésicos e anestésicos eficazes.
Operações como amputações ou retiradas de tumores eram feitas sem
qualquer alívio para os pacientes: sofrer em silêncio era sinônimo de
força, dignidade e orgulho. Aqueles que reagiam com veemência à angústia
eram vistos como inferiores, próximo aos animais. No entanto, a partir
do momento em que o avanço da medicina tornou possível exterminar a dor
por meio de pílulas, o sofrimento perdeu seu sentido místico e social e
se tornou desnecessário. Para a historiadora Joanna Bourke, professora
da Universidade de Londres, isso é ótimo, embora ela acredite que seja
necessário dar um passo a mais na nossa compreensão da dor. "As
pesquisas mostram que os analgésico são realmente eficazes e um apoio
valioso para os tratamentos. Mas há uma dimensão social, cultural e
histórica da dor, capaz de interferir profundamente na vida das pessoas,
e às vezes os remédios não bastam para dar conta disso."
Por outro lado, as dores crônicas também aumentaram porque nossos corpos não foram feitos para
viver tanto. Porém, é preciso lembrar que a dor jamais foi democrática.
Historicamente ela está ligada a questões econômicas e sociais: minorias
e aqueles que trabalham em duras condições são os mais suscetíveis à
dor. Normalmente, essas pessoas recebem menos analgésicos, que são
caros, em estágios avançados de dor.
Joanna, lançou o livro (A
História da Dor da Oração aos Analgésicos), em 2.014 no qual ela conta que o sofrimento físico é mais que uma resposta cerebral e sensorial a
certo tipo de estímulo, que os analgésicos não viciam quando receitados a
quem realmente precisa deles e que a dor é um mal a ser combatido.
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