As bombas a vácuo, conhecidas como termobáricas, usam o oxigênio da
atmosfera em vez de oxidantes como reagente para explodir. Não se sabem
muitos detalhes sobre seu funcionamento – até por questões de segurança.
Mas dá para ter uma idéia geral. Os danos provocados por essas bombas
vêm de duas fontes: altas temperaturas e pressão. As primeiras bombas do
tipo foram criadas na década de 1960 pelo Exército americano, que as
usou na Guerra do Vietnã para destruir túneis, limpar campos minados e
abrir clareiras na mata para pouso de helicópteros. Outro modelo de
bomba a vácuo, o BLU-118/B, foi usado contra a Al Qaeda no Afeganistão,
em 2002. Hoje, elas são usadas tanto em áreas abertas como fechadas –
atingem até cavernas e bunkers, matando quem está dentro com a onda de
pressão. Diferentemente das bombas nucleares, as termobáricas não usam
elementos radioativos (como o urânio e o plutônio) e, portanto, não
fazem vítimas por contaminação. Mas o estrago é feio: deixa o ambiente
atingido com aspecto lunar, com o solo pontilhado de crateras. A mais
poderosa arma não nuclear hoje – segundo os russos – é uma bomba
termobárica conhecida como Foab, da sigla em inglês para “pai de todas
as bombas”, testada em setembro de 2007 no país.
Passo a Passo
Um avião sobrevoa o alvo a cerca de 600 metros de altura e lança a bomba de paraquedas – algumas bombas são teleguiadas por GPS. O tamanho do avião pode variar – os russos, na demonstração da Foab, usaram um Tupolev TU-160, maior avião de combate do mundo, que atinge até 2 220 km/h de velocidade.
Um avião sobrevoa o alvo a cerca de 600 metros de altura e lança a bomba de paraquedas – algumas bombas são teleguiadas por GPS. O tamanho do avião pode variar – os russos, na demonstração da Foab, usaram um Tupolev TU-160, maior avião de combate do mundo, que atinge até 2 220 km/h de velocidade.
Quando a bomba está a cerca de 10 metros de altura do alvo, uma parte
do líquido é liberada. Ao entrar em contato com o ar, ocorre um pequeno
estouro, que forma uma nuvem de spray de 30 metros de diâmetro e 2,5 de
altura, com poder explosivo concentrado. Na Foab, acredita-se que foram
usados 30 quilos de óxido de etileno, líquido incolor, tóxico e
altamente inflamável.
Logo depois vem a segunda explosão: um detonador é acionado
automaticamente e reage com a nuvem. Além do calor de até 3 000 ºC, a
bomba gera ondas supersônicas num raio de 300 metros. A destruição da
Foab equivale a 44 toneladas de TNT – só perde para a bomba atômica, com
poder de cerca de 20 mil toneladas de TNT.
A explosão da mistura é tão potente que consome todos os reagentes,
gerando vácuo (daí o nome da arma). Essa ausência de partículas provoca
uma nova onda de choque – com a baixa pressão do local detonado e a
pressão normal do ambiente, é como se acontecesse um sopro no sentido
inverso, até a pressão se equilibrar.
Características: FOAB, a arma mais letal entre as não nucleares. Ano de criação - 2007; Fabricação - Russa; Peso - 7,8 toneladas; Dimensões não divulgadas.
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