Com dois mil anos, os pergaminhos encontrados no deserto de Israel são os mais antigos textos biblicos conhecidos. Cercados de mistérios, os Manuscritos do Mar Morto descrevem o cotidiano dos judeus da época. Parte desse tesouro religioso será exposto no Brasil.
Os manuscritos do Mar Morto constituem a maior descoberta arqueológica do século 20, segundo os estudiosos. Os pergaminhos reúnem os mais antigos documentos bíblicos já encontrados e os textos que descrevem o cotidiano de uma comunidade que há 2 mil anos vivia isolada no deserto de Qumram, em Israel, e cujas práticas foram absorvidas pelo nascente cristianismo. Essas preciosidades foram expostas no Rio de Janeiro e em São Paulo em 2004.
Os pergaminhos de pele de cabra e ovelha, embrulhados em panos de linho (foto ao lado), foram descobertos acidentalmente por um pastor de uma tribo de beduínos , em 1947, dentro de jarros de barro escondidos em cavernas. São cópias de trechos do Antigo Testamento e descrições das crenças e dos costumes dos essênios, uma seita judaica que viveu há 2 mil anos na região do mar Morto. "Os manuscritos permitem conhecer o judaísmo dos tempos de Jesus Cristo baseado em documentos da época", explica Pedro Lima Vasconcelos, professor de teologia e ciência das religiões da Pontifícia Universidade Católica de São Paulo (PUC-SP).
Escavações que duraram cerca de dez anos desenterraram quase mil manuscritos em aramaico, hebraico e grego. Alguns rolos foram recuperados praticamente inteiros, e outros não passavam de fragmentos que formavam um imenso quebra-cabeças. Os documentos resistiram à passagem dos séculos graças clima árido e a baixa umidade relativa do ardo deserto que fica a 25 km de Jerusalém , capital israelense.
O mar Morto é na verdade um lago que fica entre Israel e a Jordânia, no vale do rio Jordão, onde João Batista batizou Jesus Cristo. De tão salgadas, suas águas não abrigam nenhuma forma de vida, com excessão de microorganismos.
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