NATUREZA IMPLACÁVEL ...
O balneário de Atafona, em São João da Barra, no norte fluminense, tem assistido, nos últimos anos, ao triste espetáculo da erosão causada pelo mar, que avança cada vez mais sobre a cidade. As ondas destroem casas, prédios e ruas e despertam o temor e a curiosidade de turistas e da população local. Esse melancólico cenário é o mote do documentário ficcional Atafona, por quê?, realizado por alunos do curso de Mídia da Universidade Federal Fluminense (UFF), em parceria com alunos de Geografia da UFF e de Engenharia Cartográfica da Universidade do Estado do Rio de Janeiro (Uerj). A idéia do filme surgiu como uma forma de alertar as pessoas sobre a situação difícil em que se encontram os habitantes da praia de Atafona, que são obrigados a deixar seus lares para trás. O documentário tem 18 minutos de duração e é dirigido pelo professor Miguel Freire, do Departamento de Estudos Culturais e Mídia da UFF, e produzido pelo cartógrafo Gilberto Pessanha Ribeiro, dos departamentos de Análise Geoambiental da UFF e de Engenharia Cartográfica da Uerj.
Atafona, por quê? mostra as diferentes visões sobre as causas do avanço do mar na região. Para isso, usa as personagens Atenah, que representa o discurso científico; e Métis, que traz o relato melancólico dos moradores; além das indagações da pequena Atafona. Filmado em novembro de 2006, o curta-metragem contou com a participação de atrizes locais. Segundo Ribeiro, que estuda o avanço do mar em Atafona desde 2004, a causa mais provável do fenômeno é a combinação de fatores naturais, como o vento, as ondas e o movimento das marés. A força dos ventos amplia a capacidade destrutiva das ondas sobre a praia e faz com que o mar avance cada vez mais rápido. Além disso, a ação humana é um agravante. “A construção de barragens no rio Paraíba do Sul diminuiu a quantidade de sedimentos e água que chegam à praia”, explica. “Dessa forma diminui-se a faixa de areia e aumenta-se a intensidade da erosão.” Os sedimentos acumulados nas margens do rio acabam sendo levados pelo vento e formam dunas que invadem a cidade, Até 2006, o avanço das águas era de 3 metros por ano, mas, a partir de 2007, a situação se agravou e o mar tem progredido a uma velocidade de 5,7 metros por ano. “Ao todo, o avanço chega a 480 metros em algumas regiões”. "Esse fenômeno é cíclico e pode continuar pelos próximos 100 anos”, alerta Ribeiro. Por outro lado, o fenômeno estimulou o turismo na região, que atualmente recebe cerca de 200 mil turistas e veranistas por ano. Atafona, por quê? mostra, de maneira brilhante, como arte e ciência podem caminhar juntas. O filme usa imagens insólitas, como praias repletas de ruínas e destroços e dunas de areia que engolem casas, e traça um relato poético do fenômeno natural. Dessa forma, consegue chamar a atenção da sociedade para um problema negligenciado pelas autoridades locais.
Atafona (RJ): Onde mar avança e destrói ruas e construções
1- A praia do balneário de Atafona em 1961 (à esquerda) e em 2007 (à direita), quando o mar já havia avançado sobre boa parte da faixa costeira (fotos: Departamento Nacional de Obras e Saneamento e Gilberto Ribeiro). 2- A erosão causada pelo mar destruiu casas, prédios e ruas na praia. 3- Os sedimentos acumulados às margens do rio Paraíba do Sul devido à construção de barragens são levados pelo vento e formam dunas que invadem a cidade de Atafona e a alta concentração de sal das águas matou a vegetação local (foto: Projeto Atafona).O balneário de Atafona, em São João da Barra, no norte fluminense, tem assistido, nos últimos anos, ao triste espetáculo da erosão causada pelo mar, que avança cada vez mais sobre a cidade. As ondas destroem casas, prédios e ruas e despertam o temor e a curiosidade de turistas e da população local. Esse melancólico cenário é o mote do documentário ficcional Atafona, por quê?, realizado por alunos do curso de Mídia da Universidade Federal Fluminense (UFF), em parceria com alunos de Geografia da UFF e de Engenharia Cartográfica da Universidade do Estado do Rio de Janeiro (Uerj). A idéia do filme surgiu como uma forma de alertar as pessoas sobre a situação difícil em que se encontram os habitantes da praia de Atafona, que são obrigados a deixar seus lares para trás. O documentário tem 18 minutos de duração e é dirigido pelo professor Miguel Freire, do Departamento de Estudos Culturais e Mídia da UFF, e produzido pelo cartógrafo Gilberto Pessanha Ribeiro, dos departamentos de Análise Geoambiental da UFF e de Engenharia Cartográfica da Uerj.
Atafona, por quê? mostra as diferentes visões sobre as causas do avanço do mar na região. Para isso, usa as personagens Atenah, que representa o discurso científico; e Métis, que traz o relato melancólico dos moradores; além das indagações da pequena Atafona. Filmado em novembro de 2006, o curta-metragem contou com a participação de atrizes locais. Segundo Ribeiro, que estuda o avanço do mar em Atafona desde 2004, a causa mais provável do fenômeno é a combinação de fatores naturais, como o vento, as ondas e o movimento das marés. A força dos ventos amplia a capacidade destrutiva das ondas sobre a praia e faz com que o mar avance cada vez mais rápido. Além disso, a ação humana é um agravante. “A construção de barragens no rio Paraíba do Sul diminuiu a quantidade de sedimentos e água que chegam à praia”, explica. “Dessa forma diminui-se a faixa de areia e aumenta-se a intensidade da erosão.” Os sedimentos acumulados nas margens do rio acabam sendo levados pelo vento e formam dunas que invadem a cidade, Até 2006, o avanço das águas era de 3 metros por ano, mas, a partir de 2007, a situação se agravou e o mar tem progredido a uma velocidade de 5,7 metros por ano. “Ao todo, o avanço chega a 480 metros em algumas regiões”. "Esse fenômeno é cíclico e pode continuar pelos próximos 100 anos”, alerta Ribeiro. Por outro lado, o fenômeno estimulou o turismo na região, que atualmente recebe cerca de 200 mil turistas e veranistas por ano. Atafona, por quê? mostra, de maneira brilhante, como arte e ciência podem caminhar juntas. O filme usa imagens insólitas, como praias repletas de ruínas e destroços e dunas de areia que engolem casas, e traça um relato poético do fenômeno natural. Dessa forma, consegue chamar a atenção da sociedade para um problema negligenciado pelas autoridades locais.
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