Amazônia pode perder 70% de sua área se houver aumento da estação seca
A projeção consta no relatório do IPCC; situação pode se agravar diante do crescimento do desmatamento
A Floresta Amazônica poderá sofrer uma redução de 70% da extensão da
sua área ao fim do século, se houver um aumento da estação seca. A
projeção consta do relatório completo do Painel Intergovernamental sobre
Mudanças Climáticas (IPCC), que foi divulgado nesta segunda-feira, 30,
na sequência do sumário para formuladores de políticas, anunciado na
sexta passada, 27.
O material, com mais de mil páginas, traz com mais detalhes as bases
físicas da ciência do clima e uma abordagem regional com projeções sobre
como cada parte do planeta poderá ser afetada no futuro. O relatório
lembra que no clima atual o crescimento intenso da floresta ocorre
justamente durante a estação seca, quando a insolação é maior e há
bastante água do período chuvoso armazenada nos aquíferos subterrâneos.
Há muitas incertezas ainda sobre como a mudança climática vai afetar a seca na região, mas simulações que consideram um cenário de aumento do período sem chuva observam essa redução dramática na vegetação
Há muitas incertezas ainda sobre como a mudança climática vai afetar a seca na região, mas simulações que consideram um cenário de aumento do período sem chuva observam essa redução dramática na vegetação
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O painel de cientistas alerta que o cenário poderá ficar ainda pior
diante de um quadro de aumento do desmatamento, que tende a prolongar a
estação seca. "Condições assim aumentam a probabilidade de incêndios
naturais que, combinados com queimadas provocadas por atividades
humanas, pode minar a resiliência da florestas às mudanças climáticas",
escrevem os autores.
O relatório afirma que é muito provável (mais de 90% de chance) que a temperatura suba em toda a América do Sul, com o maior aquecimento projetado para o sul da Amazônia. A projeção é de um aumento da temperatura média de 0,5°C (centro-sul) a 1,5°C (Norte, Nordeste e Centro-Oeste) no País até o fim do século no cenário mais otimista; e de 3°C (sul e litoral do Nordeste) a 7°C (Amazônia) no pior cenário. Chuva
Em relação às chuvas, porém, há incertezas, com diferentes estudos mostrando diferentes tendências para algumas regiões, explica a pesquisadora Iracema Cavalcanti, do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe), uma das autoras do capítulo que mostra as projeções regionais futuras. "Mas temos grande confiabilidade para algumas. Os resultados são muito robustos de que na Região Sul do País e na bacia do Prata as chuvas vão aumentar. E no inverno, há mais confiança de que haverá excesso de chuvas no oeste da Amazônia e menos no leste e no sul", diz.
O relatório afirma que é muito provável (mais de 90% de chance) que a temperatura suba em toda a América do Sul, com o maior aquecimento projetado para o sul da Amazônia. A projeção é de um aumento da temperatura média de 0,5°C (centro-sul) a 1,5°C (Norte, Nordeste e Centro-Oeste) no País até o fim do século no cenário mais otimista; e de 3°C (sul e litoral do Nordeste) a 7°C (Amazônia) no pior cenário. Chuva
Em relação às chuvas, porém, há incertezas, com diferentes estudos mostrando diferentes tendências para algumas regiões, explica a pesquisadora Iracema Cavalcanti, do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe), uma das autoras do capítulo que mostra as projeções regionais futuras. "Mas temos grande confiabilidade para algumas. Os resultados são muito robustos de que na Região Sul do País e na bacia do Prata as chuvas vão aumentar. E no inverno, há mais confiança de que haverá excesso de chuvas no oeste da Amazônia e menos no leste e no sul", diz.
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