GRAVIDADE, O FILME !
A solidão é a protagonista do melhor filme do ano
O filme,
GRAVIDADE que está estreando no Brasil neste fim de semana está sendo considerado uma
obra prima. Tudo indica não só de ser o melhor trabalho de Affonso
Cuarón
e de Sandra Bullock, como é a maior demonstração de como a tecnologia
para
fazer filmes evoluiu a tal ponto que, nas mãos de artistas de verdade,
ela se torna invisível. Em Gravidade, estamos no espaço ao lado
de Sandra Bullock (nas fotos) e George Clooney: sufocando, em
desespero, a luta titânica pela vida. A ficção científica pode criar
realidades fantásticas, mas
Cuarón entende que, do lado de cá, o que mais importa é ver este
espetáculo encapsulado em uma tradução da condição humana.
Gravidade, abraça o clichê, de mais perfeito filme de arte. Foge de uma
narrativa convencional e não tem a menor intenção em se aprofundar nos
personagens, descobrir de onde vieram, o que os motiva. A maior
motivação é explícita: após um acidente com satélites russos que causam uma
chuva de destroços, o ônibus espacial Explorer é alvejado e destruído
por lixo espacial, deixando o astronauta Matt Kowalski (George Clooney) e
a cientista Ryan Stone (Sandra Bullock) à deriva, em busca de uma
maneira de voltar à Terra. E nada mais. Sabemos que Stone tinha uma filha,
sabemos que Kowalski é um veterano que vai ao espaço como a um passeio
no parque. Sabemos que o trabalho é importante, mas de igual importância
é observar a Terra e perceber o quanto somos pequenos e majestosos. E
sabemos que, na vastidão espacial e entre as estrelas, não somos nada,
somos poeira cósmica, e que o universo não vai se dobrar por nós. A
força de vontade, que às vezes parece falhar, é o que impele os
astronautas a vencer barreiras quase impossíveis com o único intuito da auto preservação.
Roberto Sadovski, crítico de arte, encerra com este comentário:"Ok,
vamos falar dos aspectos técnicos, que são brilhantes por ser
invisíveis e assustadores quando levados ao limite. E completamente
dentro de um contexto narrativo, como a sequência inicial, (quase 15
minutos) sem um corte de câmera, um começo tão belo quanto sufocante, mostrando o que é um
artista em total domínio de seu ofício. Assista Gravidade e perca o
fôlego. E só recuperar os sentidos no momento em que as luzes se acendem".
Nenhum comentário:
Postar um comentário