O consumo mundial de água está aumentando - mesmo em países onde a
população cresce pouco - as reservas de água boa estão cada vez mais
ameaçadas pelas atividades humanas. Esse é o diagnóstico de dez especialistas. Esse cenário preocupante chamou mais a atenção na data de ontem, escolhida pela ONU para celebrar o Dia Mundial da Água. Celebrar o que?
Esta foto é da cidade de Calcutá, na Índia, ela não difere muito das outras grandes cidades do Mundo
"O aumento do consumo mundial está conectado ao crescimento econômico dos
países. Quanto maior o PIB, maior o consumo", afirma Eduardo Mendiondo,
do Departamento de Hidráulica e Saneamento da Universidade Federal de
São Carlos.
Mendiondo trabalha com um indicador chamado "pegada hidrológica",
que mede o consumo total de água per capita ao ano - incluindo a água
embutida nos produtos que consumimos. Ele acaba de fazer o cálculo para a
realidade do País: "A pegada hidrológica de um brasileiro médio é de
1.340 m³ per capita ao ano. A dos (EUA) é de 2.500.
O cálculo faz sentido já que, segundo dados da ONU, o consumo em
países desenvolvidos é em média seis vezes maior do que nos países em
desenvolvimento.
Hoje, mais de 1 bilhão de pessoas não têm acesso a fontes
confiáveis de água no mundo. Em 2025, boa parte do planeta estará em
situação de stress hídrico, ou seja: a água disponível não será
suficiente para os diferentes usos que o homem faz do recurso, como a
agricultura, que é, de longe, a atividade que mais consome água. Até lá,
3 bilhões de pessoas sofrerão com escassez de água, segundo a ONU.
Saneamento
Na América Latina e na África, a ameaça ainda é o lançamento de
esgoto sem tratamento nos rios. Isso inclui o Brasil, onde apenas 48% do
esgoto doméstico é tratado, de acordo com a Agência Nacional de Águas
(ANA).
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