1- Há quem diga que foi um treino das equipes
da Sociedade Esportiva Linhas e Cabos, formada por funcionários da companhia de
energia elétrica Light & Power, em 23.06.1923, no campo do clube, na rua
Glicério, foi apenas um treino nascido da ideia de Severino Rômulo Gragnani,
presidente do clube, para compensar a imprevisibilidade dos horários de
trabalho, que dependiam turnos ininterruptos de revezamento. 2- Mas, para Luiz Fernando Bindi, o primeiro
jogo noturno oficial ocorreu em 1926, novamente na rua do Glicério, entre a
S.E. Linhas e Cabos e a Associação Atlética República. Foram utilizados a
iluminação dos galpões de manutenção da Light e também faróis de bondes
direcionados para o campo. De quebra, aproveitaram uma noite de luar. 3- Para
os velhos moradores de Guaxupé (MG) o primeiro jogo noturno, teria
ocorrido 3- no campo do antigo Seminário São Luiz Gonzaga, na passagem de ano
de 1921 para 1922. Placar: XV de Novembro 2x1 Academia de Comércio.(Ambos de
Guaxupé). 4-
Já
para os velhos cariocas (na época capital do Brasil), tudo indica que a
primeira partida noturna ocorreu mesmo no Rio de Janeiro, conforme lembram os
pesquisadores do futebol: Paulo Ourives e Hélvio Santafé, com base em pesquisa
do grande jornalista Jota Efegê, publicada no Jornal do Brasil, em 02.04.1970.
Foi um amistoso entre o Villa Izabel Football Club e um selecionado da cidade
de Campos (RJ), jogado no campo do antigo Jardim Zoológico de Vila Isabel e
vencido pelo mandante por 4x0, em 05.09.1914, às 21h. Segundo consta, o campo
foi (mal) iluminado com 12 lâmpadas de 3 mil velas. Teriam presenciado esse
evento, o prefeito do Rio, na época o então senador Nilo Peçanha, deputados e
outras autoridades. Segundo os autores, foi provavelmente o primeiro jogo
noturno da América do Sul. 5- Em 31.03.1928, no estádio São Januário,
foi o primeiro jogo noturno em estádio, sob a luz de refletores (eram 65). n um
amistoso entre o Vasco da Gama e o uruguaio Wanderers, de Montevidéu, vencido
pelos cruzmaltinos por 1x0. 6- Na década de 1940, houve um jogo noturno
entre São Paulo e Vasco da Gama. Joaquim Simão Gomes, roupeiro e vigia do São
Paulo, também pintou de branco uma bola de couro. Seu trabalho foi tão bom que
recebeu encomendas até do River Plate, da Argentina. Luiz Fernando Bindi
considerou que essa foi a primeira bola branca do mundo. Só que, como vimos,
teve aquela outra, de 1923, à qual cabe a glória desse pioneirismo.
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