Ararapira era um povoado que gostava de dança e até importava tecidos ingleses. Daquele templo restou a igreja de São José, o cemitério com túmulos antigos da década de 40.Ao som da viola e da sanfona, a comunidade se reunia na praça central, no início do século passado, para dançar fandango. Era um momento solene para os mais de 500 moradores de Ararapira, uma vila situada á leste do Estado do Paraná. Solidão arriscada, especialmente para as solteiras. Não podiam recusar um convite para bailar. Quem ousava fazê-lo levava um tapa no rosto. Do pai ou do pretendente. Hoje muitos desses personagens estão lado a lado, no cemitério do vilarejo, o único testemunho dos tempos de folguedos na rua. Ararapira tornou-se uma cidade fantasma, mergulhada numa irremediável decadência com a construção do canal do Vara douro, em 1953, para a formação da ilha artificial de Superagüi. Em 1989 a área foi transformada em parque nacional e dez anos depois declarada Patrimônio Natural da humanidade. A região é uma das mas bem conservadas da Mata Atlântica. Integra o Estuário Laguna de Cananéia e Iguape-Paranaguá. O rigor das leis de preservação e a inexistência de projetos turísticos restringem a de sobrevivência no local .Esta é a casa da última moradora de ArarapiraEstava reservado para a última pessoa a deixar o povoado um destino trágico: a sexagenária, Diva Barca, morreu afogada, quando seguia para Paranaguá, distante duas horas de barco. Uma tempestade virou a canoa. A casa da derradeira moradora (foto), permanece intacta e fechada desde o dia de sua morte. As residências abandonadas ainda exibem portas e janelas cerradas. A igreja de São José, construída no fim do século XIX, ainda conserva seus toscos bancos de madeira e a imagem do padroeiro num altar singelo. O vilarejo de Ararapira, foi fundado em 1850, por quatro famílias.
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Parabéns pela matéria. Pelo visto a acesso a esse lugar é difícil.
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