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sábado, maio 07, 2016

---AR-FS----"A EXÓTICA TURQUIA"

Capadócia remete a um cenário de ficção
Das planícies lunares elevam-se formações rochosas longilíneas que se assemelham a cogumelos, conhecidas como "chaminés-de-fada" (foto). Nas encostas terrosas, casas são construídas dentro da rocha, umas depois das outras, criando a ilusão de um gigantesco formigueiro, e, sob o chão, cidades escondidas. As cavernas também abrigam igrejas --centenas delas-- cristãs, muitas das quais, guardam afrescos bizantinos. E no céu, balões pontuam o azul limpo nas primeiras horas da manhã. É mais ou menos isso a Capadócia, região bem no centro da Turquia que poderia ser o inacreditável cenário de um filme de ficção científicaA cerca de 700 km de Istambul, encontra-se a região de Göreme, Ürgüp, Nevsehir e Avanos, suas mais importantes cidades, e um dos principais destinos turísticos do país e um de seus pedaços mais ricos da história. Capital do império hitita até 1.100 a.C., a importante Província do Império Romano, com direito à menção na Bíblia, é terra de são Jorge --curiosamente, um desconhecido entre os habitantes locais, que pasmam ao saber que o santo é um dos mais venerados no Brasil. A única representação de São Jorge está na capela de Santa Catarina, uma das dezenas que compõem o Museu a Céu Aberto de Göreme, aliás, uma das principais atrações capadócias.
A cerca de 1 km de Göreme, em uma colina, espalham-se dezenas de monastérios, capelas e igrejinhas do período bizantino, todas talhadas na rocha, algumas com menos de 5 m2, outras mais extensas. A maioria traz afrescos em suas "paredes", mas boa parte das obras não passou incólume pelo Período Iconoclasta. Outro passeio obrigatório é a cidade subterrânea de Derinkoyu --uma das 35 da região.Estas cavernas subterrâneas interligadas que formam uma espécie de colmeia, onde comunidades inteiras viviam em tempo integral. Há cozinhas comunais, estábulos, quartos, igrejas --tudo sob o chão, sem uma fresta de luz.Os estudos sobre essas habitações ainda são precários. De concreto, sabe-se que eram usadas por volta do século 7, mas alguns arqueólogos creem que elas remontem a mais de 4.000 a.C., ainda da época dos hititas. Serviam, sobretudo, para períodos de guerra, quando aldeias inteiras tinham de se esconder ali para evitar o inimigo.Essa simbiose local entre homem e pedra acontece por conta do tipo de rocha dominante na região, de origem vulcânica e textura areada, muito suscetível à erosão.

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